A empresa responsável pela contratação de trabalhadores que atuavam na fazenda do deputado federal Camilo Cola (PMDB) terá que pagar aos operários cerca de R$ 130 mil de direitos trabalhistas. Os 22 funcionários foram encontrados em condições degradantes de trabalho, semelhante à escravidão. A proporiedade fica localizada em Brejetuba. A operação foi realizada pelo Ministério Público do Trabalho e Polícia Federal na última quinta-feira.
A empresa terá que fazer o pagamento até a próxima segunda-feira (10), data em que o grupo de trabalhadores deixa o hotel onde está hospedado para retornar ao estado de Minas Gerais.
O grupo, que atuava no corte e tombamento de madeira na Fazenda Pindobas IV, que faz parte do Complexo Pindobas, não tinha carteira assinada. O documento, de acordo com os trabalhadores, foi retido em Ipanema, Minas Gerais, pela empresa Cute Empreiteira Ltda., que intermediou a contratação da mão de obra.Além da precariedade dos alojamentos, que sujeitava os trabalhadores a uma situação extremamente degradante, os salários chegavam a ficar até 45 dias atrasados e havia, entre eles, pessoas acidentadas e doentes.
A fiscalização verificou também que eles não tinham acesso à água potável, eram obrigados a comprar equipamentos de segurança e tinham jornada de trabalho excessiva, chegando a trabalhar mais de 10 horas por dia.
Após o flagrante, a empresa Complexo Agroindustrial Pindobas foi notificada para que fizesse a imediata retirada dos trabalhadores do alojamento, regularizasse os pagamentos e providenciasse o retorno deles à Minas Gerais.
A frente de trabalho onde ocorria o corte e derrubada de madeira foi interditada pela fiscalização do MTE e só deverá ser liberada a partir da apresentação de um planejamento que comprove que a operação vai ocorrer de forma segura para os trabalhadores.
O procurador do Trabalho Djailson Martins Rocha, do MPT em Cachoeiro, acompanhou as diligências e informou que vai encaminhar para o MPT em Vitória os relatórios da fiscalização para que seja dado início a um procedimento investigatório, para apurar as responsabilidades.
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