Legislativo cria nove cargos de indicação política, com salários que variam de R$ 850 a R$ 2,1 mil


A Câmara de Colatina, Noroeste do Estado, criou nove cargos comissionados na noite de segunda-feira, com salários que vão de R$ 850 a R$ 2,1 mil. O projeto foi votado em regime de urgência e teve sete votos a favor e três contra. A Casa não realiza concurso público desde 1987 e está com prazo determinado pelo Ministério Público para realização do processo seletivo até outubro.


O projeto foi apresentado pela Mesa Diretora. O presidente Olmir Castiglione (PSDB) justifica que os cargos são necessários para o funcionamento normal da Câmara e não interfere nas vagas disponíveis para o concurso público. "Estou fazendo uma reestruturação na Câmara e esses cargos são necessários para o bom andamento dos trabalhos. Hoje é o guarda que fica na recepção", afirmou. Ele disse ainda que hoje a Casa funciona com alguns funcionários emprestado da prefeitura.


O vereador Sérgio Meneguelli (PSDB) votou contra o projeto e disse que é um absurdo a criação de tantos cargos antes de realizar o concurso público. "Isso envergonha a Câmara. A população espera há tanto tempo por este concurso e ele só vai se arrastando", pontuou.


Apuração
Já o promotor de Justiça Jonaci Herédia disse que tomou conhecimento da aprovação do projeto ontem, mas estava trabalhando em Itarana. Ele garantiu que semana que vem terá uma resposta sobre o caso. "Isso cheira a coisa ruim, e não parece salutar ao sistema. Acho um desrespeito com a população e com tudo que estamos fazendo para realização do concurso". Ele afirmou que se tiver ilegalidade na criação desses cargos tomará as medidas necessárias para anulação do projeto, e os responsáveis serão punidos por improbidade administrativa. "Existe uma ação civil pública que determina a realização do concurso, então este projeto nem deveria existir e muito menos ser aprovado".


Imagem: Reprodução
Colunista: Ivan de Freitas

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