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A melhor e a pior escola de Vitória em destaque no Jornal Nacional - (Alegre, ES)

Alegre

A melhor e a pior escola de Vitória em destaque no Jornal Nacional - Alegre

Alegre A melhor e a pior escola de Vitória em destaque no Jornal Nacional

A equipe do JN no Ar, capitaneada pelo repórter André Luiz Azevedo, trabalhou muito para mostrar os contrastes da educação no Espírito Santo

A cidade sorteada na segunda-feira (16), no Jornal Nacional, foi a capital do Espírito Santo, Vitória, que tem quase 328 mil habitantes.

Muitos pontos chamaram a atenção da equipe. Na escola de excelência, a reafirmação da importância da participação da família. Mais do que isso: da pressão dos pais e da cobrança por um ensino de qualidade. Mas o que mais chamou a atenção mesmo foi na escola que enfrenta dificuldades, uma lição para todo o Brasil: mesmo nesse ambiente tão complicado, um professor de qualidade, com boa formação com competência, dedicação e material pode fazer a diferença e dar um ambiente de qualidade para os alunos.

São dois alunos de escolas do Espírito Santo com duas histórias bem diferentes, pautadas pela educação. Apresentar as disparidades do ensino público de uma mesma região é um dos objetivos dessa jornada.

Na segunda-feira (16) à noite, a equipe do JN no Ar saiu de Porto Alegre e, duas horas depois, pousou no Aeroporto de Vitória, a cidade sorteada para ser a representante do Sudeste na blitz do JN no Ar.

Cedinho a equipe já estava na rua. O repórter André Luiz Azevedo e o especialista em educação Gustavo Ioschpe foram primeiro para a sala de alfabetização da escola que tem a menor nota do Ministério da Educação da cidade, 3,4. É uma escola estadual.

Lá conheceram Ezequiel, de 14 anos. Apesar da idade, ele ainda está no 3° ano. "Sou mais ou menos em português. Não fiz a tarefa de casa porque eu estava trabalhando", contou ele.

Outros estudantes da mesma escola vivem situações semelhantes. São alunos da professora Rosalba Sarmento. Formada em pedagogia, com pós-graduação e salário de R$ 1.730.

"Eles acabam evadindo, voltam depois. Isso aí que prejudica. A maioria das vezes é isso aí", disse ela.

Só 20 minutos de carro separam uma escola da outra. Adallos, que tem a mesma idade de Ezequiel, está cursando o 8° ano do ensino fundamental na escola com o melhor índice de desenvolvimento medido pelo MEC, 6,5.

A equipe do JN no Ar chegou na hora da aula de matemática. E ele conseguia resolver facilmente uma equação de segundo grau.

"Matemática eu tenho um pouquinho de dificuldades, mas dá para superar tranquilo. Matemática é importante para tudo que se faz na vida. Estou pensando em ser técnico de informática, alguma coisa assim", disse ele.

O que separa esse dois garotos? Por que eles têm oportunidades tão diversas?

Na escola do jovem que ainda está sendo alfabetizado, no horário do início das aulas, havia poucos alunos e poucos pais.

"Quando precisa de alguma participação da família, a família não aparece. Quando tem reunião, não aparecem na reunião. Poucos pais participam", afirmou a professora Viviane Gonzaga.

"A família não pode participar muito. Todos trabalham, não podem acompanhar os filhos na escola", disse a pedagoga da escola Lea Vieira da Silva.

Conversando com os responsáveis, inclusive avós, perguntaram por que escolheram esta escola.

"Foi a única escola que conseguimos vaga para ele, devido ao problema que ele tem, foi essa que aceitou ele", contou Lúcia de Fátima, avó de um aluno.

O pesquisador Gustavo Ioschpe quis saber se as famílias conhecem a avaliação do Ministério da Educação, o Ideb, o Índice de Desenvolvimento Escolar.

"Felizmente agora a gente tem o Ideb que é uma nota de 0 a 10 que toda escola tem. Assim como o filho tem uma nota do seu aprendizado na escola, a própria escola tem uma nota. O que é bem simples de entender. Então, com esses instrumentos, os pais podem saber direitinho como está a performance da escola do seu filho. E se está uma performance muito baixa, uma nota 3, ou 4, uma nota abaixo de 5, assim como ele reclamaria se o filho tivesse uma nota dessa na escola, ele tem que reclamar se a escola tem essa média. Então se a média da escola é baixa, a culpa não é do filho, significa que é um problema da escola", alertou.

Muitas salas foram encontradas vazias, ou quase vazias. A diretora Isie Fontanari diz que a vizinhança não gosta de botar os filhos lá.

"Nós temos só dois alunos da comunidade. Os outros são os formiguinhas: vêm dos morros ao redor, das comunidades ao redor. Em 2007, nós estávamos com o Idebm de 2,7. Em 2009, passamos para 3,4, baixa, mas nós estamos procurando melhorar cada dia mais", garantiu ela.

Na outra escola, a de Adallos, os pais disputam as vagas. Paulo é professor de lá. Ele é formado em matemática e faz mestrado. Tem um salário de R$ 1,8 mil.

"Tanto a matemática, quanto as outras disciplinas não dependem só do professor. Elas dependem também da motivação e do interesse que eles têm para aprender", destacou ele.

Ioschpe assistiu às aulas de matemática e de inglês, conversou com professores e com o diretor. Acha que descobriu um dos segredos do sucesso no ensino.

"O que a gente realmente vê e que eu acho que faz uma diferença significativa para o aprendizado é para o desempenho dessa escola é a pressão e a expectativa dos pais e da comunidade. Uma das pedagogas nos disse: ?os pais aqui querem que o filho aprenda como se estivesse em uma escola particular?. Isso é fantástico!", destacou Ioschpe.

Nas duas escolas, há alunos cheios de vontade de aprender. O baixo índice de avaliação do MEC não abalou o ânimo de Kécia, de 8 anos. Ela já está lendo. "Já li tantos livros que não dá nem para saber. Quero ser veterinária quando eu crescer", contou a menina.

A professora dela tem formação especializada, é universitária em alfabetização, com pós-graduação, e recebe um salário de R$ 1,8 mil.

"Essa é uma professora que faz tudo certo. Ela ensina com material didático, ela é formada na área que ela ensina, ela é formada em alfabetização, ela dá atenção especial para cada aluno. E, muito importante, ela tem a expectativa de que todo aluno esteja alfabetizado já no fim do ano. Agora nós estamos vendo, já é o terceiro mês de aula e os alunos já estão lendo e escrevendo bastante bem para esse período. Vejo que mesmo em uma escola ruim, tenho certeza de que os alunos da professora Alexandra, no futuro, vão ter um desempenho escolar bem melhor do que seus colegas mais velhos", analisou o especialista.

Foto: Reprodução/GazetaOnLine


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