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Integridade física dos deputados: Ales tem mais PMs do que os bairros da Grande Vitória - (Mantenópolis, ES)

Mantenópolis

Integridade física dos deputados: Ales tem mais PMs do que os bairros da Grande Vitória - Mantenópolis

Mantenópolis Integridade física dos deputados: Ales tem mais PMs do que os bairros da Grande Vitória


Quase trinta policiais tomam conta do prédio do Legislativo. Em Jardim da Penha, o número é bem menor: apenas 9 por turno


O esquema de segurança para garantir a integridade física dos 30 deputados estaduais e dos frequentadores da Assembleia Legislativa envolve 29 policiais militares cedidos para aquela Casa, superior ao contingente de companhias que cuidam da segurança de bairros populosos da Grande Vitória. Esse quantitativo, divulgado na coluna Victor Hugo, cobre 27 mil m2 de área construída do Legislativo estadual, mas territórios que convivem com problemas sociais e violência não dispõem de tal conforto, como a Grande Terra Vermelha e a Grande São Pedro.


A região da Grande Terra Vermelha, em Vila Velha, tem menos de 50 policiais para dar conta de 11,333 milhões de m 2, formada por 11 bairros. A estimativa é do presidente eleito da Associação de Moradores de Parque Residencial Terra Vermelha, Washington Camilo. "Somados esses 11 bairros, toda a Região 5 tem 24 bairros, mas uma companhia de menos de 50 policiais", relata. Em 2010, Vila Velha teve 245 homicídios.


Já em Jardim da Penha, onde estima-se 40 mil moradores, são nove policiais por turno. Esse sistema é semelhante em Jardim Camburi, também em Vitória. Outro caso de queixa está na Grande São Pedro, região onde a insegurança é combatida até com programas federais. Segundo André Brandino, presidente da Associação de Moradores de Santo André, o contingente policial é insuficiente na área. "A Polícia Militar confirma 74 policiais para cobrir os 10 bairros de São Pedro. Com escala de trabalho e turnos, restam só 25 agentes por dia".


André reclama dos policiais cedidos aos órgãos públicos. "Muito policial na Assembleia poderia reforçar nossa região", observa. "Temos só sete viaturas que pouco circulam", diz João Bispo Jr., que preside associação de São Pedro I, II e IV.


A mesma sensação de falta de proteção enfrentam os cerca de dois mil moradores do Morro do Moscoso, na Capital. "Já vi demorar mais de semana para subir viatura com dois PMs. Vida de morro é sofrida", conta o líder do bairro, Valdemir Fagundes. Na Mata da Praia, bairro nobre da Capital, o presidente da associação de moradores, Domingos Moreno, diz que o policiamento é com ronda de dois policias. "A violência está pegando os cidadãos".


Segundo dados de 2010, o efetivo estadual é de 8.971 policiais militares. Alegando "informação estratégica", a PM não divulgou o total de policiais por bairro e cedidos a instituições.


No interior, dois policiais para uma cidade inteira
Com um efetivo que permite a escala de apenas dois policiais em um plantão de 24 horas para 14 mil habitantes distribuídos na sede de Mantenópolis, três distritos e área rural, o promotor de Justiça do município, Izaias Antônio de Souza, emitiu ontem um parecer de alerta demonstrando a "gravíssima desestrutura estatal".


Em seu documento, encaminhado às autoridades em geral, o promotor afirma que a estrutura "alcançou limites de deficiência que afetam gravemente os direitos individuais e sociais fundamentais". Souza alega que, com o efetivo, "ou os policiais saem em diligência e fecham a sede do pelotão, ou mantém a sede aberta e não realizam diligência".


O promotor destaca ainda que a delegacia do município se encontra sem delegado, com um escrivão sem formação jurídica e que investigadores e agentes atuam na guarda de até 45 presos "numa cadeia pública construída em 1959 para abrigar 16 presos masculinos".


No documento de alerta, Souza também denuncia a "estrutura caótica" no Poder Judiciário da comarca, com um juiz interino que atende apenas um ou dois dias por semana e a situação da Defensoria Pública Estadual em Mantenópolis. O promotor ainda reclama da "absoluta inércia municipal" no tratamento de atenção à criança e ao adolescente e pede providência para a área da Saúde básica e hospitalar.


Batalhão da Assembleia inclui 109 profissionais
Em um trabalho conjunto de policiais militares, 42 seguranças efetivos e comissionados, além de 38 funcionários terceirizados, 109 pessoas cuidam da segurança patrimonial e das pessoas que circulam pela Assembleia Legislativa. Número de causar inveja na população de diversos bairros da Grande Vitória.


Estão locados na Casa 29 PMs, mas segundo o supervisor de segurança do Legislativo, coronel Giuberti, apenas 17 prestam serviço no local. Os outros 12 estão locados na Casa, mas estão cedidos para outras companhias. Entre o número que atua na Casa, estão um capitão, três subtenentes, um sargento, seis cabos e seis soldados. O coronel explicou que ele é aposentado da reserva e servidor comissionado do Legislativo. Os policiais trabalham em três equipes, em uma escala de um dia inteiro de trabalho e dois de folga.


Coronel Giuberti alegou que o número não é elevado se considerado que os policiais e seguranças estão distribuídos em 27 mil m2 de área construída, que a Casa recebe cerca de 50 mil acessos por mês e possui plantão 24 horas por dia.


"Quem pensa que este número é elevado está superestimando o valor de 17 policiais militares e minimizando o Poder Legislativo", afirmou ele, que explicou ainda que os PMs são os únicos que podem entrar armados na Casa.


Imagem: Reprodução
Colunista: Ivan de Freitas


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