Os turistas também terão oportunidade de conhecer o jequitibá Rosa, a maior árvore da espécie do país, com 47 metros de altura, a fábrica de capelete e a fábrica de violinos, onde são construídos os instrumentos de melhor qualidade do Brasil (foto). 

O processo de implantação do Circuito está sendo executado pela prefeitura em parceria com o Sebrae e tem por objetivo incentivar o agroturismo na região, gerando trabalho e renda extra para as famílias. 

“É um sonho que estamos concretizando já que o município não conta com uma topografia ideal para a implantação de grandes empreendimentos industriais. Temos que priorizar os investimentos em atividades turísticas, explorando o potencial que temos no setor de meio ambiente” disse o prefeito Luiz Carlos Peruchi.
Para incentivar o agroturismo já foram tomadas algumas medidas como a criação da Associação de Moradores e Produtores Rurais de Demétrio Ribeiro, a Associação de Produtores de Leite e Derivados de Acioli e o Grupo Empreendedor do Circuito Turístico de João Neiva. 

De acordo com a secretária municipal de Cultura e Turismo, Glecy Coutinho, o Circuito vai beneficiar as famílias que vivem na zona rural e ainda divulgar o potencial turístico de distrito de Demétrio Ribeiro. “É um casario de valor histórico incalculável e que estamos trabalhando para o tombamento como sítio histórico, garantindo que esses casarões permaneçam para as futuras gerações”, disse ela. 

O município de João Neiva possui 17 mil habitantes. A cidade é cortada pela Estrada de Ferro Vitória - Minas (EFVM) e pela rodovia BR-101, ficando a 76,6 quilômetros de Vitória.

Os atrativos turísticos de João Neiva

- Demétrio Ribeiro – O núcleo colonial de Demétrio Ribeiro fica localizado a 4 quilômetros da sede de João Neiva. É o berço da colonização italiana na região, sendo um dos principais atrativos turísticos do município. O casario antigo bastante preservado chama a atenção dos visitantes. Criado no final do século 19 e com um comércio bastante desenvolvido, atraiu até uma fábrica de cerveja. Já naquela época possuía telefone e luz elétrica. A expectativa é de que o distrito seja tombado como sítio histórico. No mês de agosto, acontece a Demétrio Ribeiro Itália Mia, tradicional festa de cultura e agroturismo da região. 

- Casa da Memória – Antigamente o imóvel abrigava uma escola que foi desativada em 2002. Os alunos foram transferidos para a sede do município. Nesse local passará a funcionar um museu que resgata a história, cultura e as tradições do Distrito de Demétrio Ribeiro. Já estão em exposição o rádio mais antigo da região, uma máquina de madeira para fazer macarrão, máquinas antigas de costura e de escrever, além do antigo confessionário da Igreja Santo Antônio.

- Casa de Pedra – Construído pela família Farina, o casarão de Pedra é uma das principais atrações turísticas de Demétrio Ribeiro e referência para estudantes e pesquisadores. Foi erguido em 1900 e nele funcionava uma escola e também local onde doentes da região eram atendidos e tratados com ajuda da Santa Casa de Piermonte, na Itália. Atualmente, quem reside neste casarão é a família Correia e Malovini.

- Casarão dos Violinos – Construído em 1925, pela família Da Rós, o Casarão dos Violinos foi estabelecimento comercial e residencial. Passou por vários descendentes de italianos e recentemente serviu para abrigar uma fábrica de arcos de violino, viola, violoncelo, contrabaixo e arcos barrocos. Atualmente, funciona apenas para o corte da madeira para a fabricação artesanal dos arcos. No local também funcionam cursos de luteria.

- Fubá moído na pedra – A produção artesanal de fubá moído na pedra é feita há cinco anos no sítio Campagnaro, localizado na estrada de acesso entre João Neiva e Demétrio Ribeiro. Pioneiro nessa atividade, o aposentado Narciso Campagnaro produz em média 50 quilos de fubá por semana, atraindo compradores de vários lugares do Estado. Aprendeu a atividade com os imigrantes italianos que trouxeram a novidade na época da colonização. A expectativa é que a partir de maio a produção seja dobrada.

- Artesanato com retalhos – Um dos atrativos do Circuito Turístico Demétrio Ribeiro é a arte com retalhos feita por cinco pessoas que foram treinadas pelo Sebrae, através do curso Mulheres Empreendedoras. De forma artesanal são produzidos jogos de toalha, panos de prato, sacolas ecológicas, almofadas e diversos tipos de enfeites feitos de pano. O grupo produz mais de 20 peças por semana que são vendidas entre R$ 18,00 e R$ 160,00.

- Jequitibá Rosa – Considerado um dos símbolos turísticos de João Neiva, o imponente Jequitibá Rosa fica na região de Alto Rio Ubás, a 30 quilômetros da sede do município. Tem aproximadamente 800 anos e, conforme os pesquisadores, é a maior árvore da espécie do Brasil, com altura de 32 metros até o início da copa e, depois disso, outros 15 metros para cima e para ambos os lados, o que totalizam 47 metros de altura, além de 12,7 metros de circunferência, medida do tronco a um metro da superfície do solo.

- Museu Ferroviário – Inaugurado em 1955, quando a oficina da Companhia Vale foi desativada em João Neiva. Localizado no centro da cidade, o museu foi construído no antigo almoxarifado da oficina. Tem como atrativos uma locomotiva a vapor doada pela direção da empresa, fotos e peças antigas, além de uma relíquia: um arquivo com cerca de 1.200 fichas de ex-ferroviários, material que seria queimado quando a oficina foi desativada.

- Produção de capelete – O município é destaque na produção artesanal e industrial de capelete, comida típica introduzida na região pelos colonizadores italianos. A forma semelhante a de um chapéu de bico originou o nome capelleti, que significa "chapeuzinhos" em italiano. A produção dessa comida serve como fonte de renda para diversas famílias. O município conta ainda com fábricas par a produção industrial do capelete, sendo o produto vendido para vários municípios do Estado.

- Fábrica de violinos (foto)– João Neiva é considerado o principal polo de fabricação de violinos do País. O município conta com 5 ateliês para a construção dos instrumentos. A arte teve início a 20 anos e hoje as vendas crescem na mesma proporção que a qualidade do produto aumenta. Os violinos são vendidos para músicos profissionais e estudantes de todo o país e no exterior. Chegam a custar entre R$ 2,5 mil e R$ 12 mil. A madeira utilizada na fabricação desses instrumentos chegam de países como Itália, Croácia, Romênia e Sri Lanka.

Depoimentos:

“Sinto-me orgulhoso de residir em Demétrio Ribeiro, é um local muito bom para morar, pois aqui temos contato direto com a natureza e nos consideramos todos uma só família. Também temos orgulho do nosso casario que atrai visitantes de todos os lugares. Jamais sairia daqui!”. Maicon Torre, 26 anos, mecânico.

“Estou colocando minha propriedade à disposição para trabalhar com agroturismo e pretendo fazer parte desse Circuito que está em fase de implantação em Demétrio Ribeiro. Pretendo investir em um restaurante, com dormitório e pousada”. Celso Luiz Guzzo, 46 anos, agricultor.

“Moro em Demétrio Ribeiro há mais de 50 anos. Como minha família permaneceu aqui, resolvi continuar nessa comunidade. Eu amo esse lugar e a minha amizade com o povo daqui é muito grande. Gosto muito da festa de Demétrio Ribeiro. Sempre ajudo e trabalho para manter essa tradição”. Amábily Maria Lechi Carlesso, 77 anos, aposentada.