A se confirmar a ascensão do deputado Theodorico Ferraço (DEM) à presidência da Assembléia Legislativa, o fato pode servir de combustível capaz de levá-lo novamente a tentar seu retorno à prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim, sul do Estado. Ferraço vem sendo apontado como um dos mais cotados na disputa por aquela prefeitura, no ano que vem.


O parlamentar esteve à frente da prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim por quatro mandatos, o último deles quando passou o cargo, em 2005, para seu arquirrival Roberto Valadão (PMDB), três vezes no mesmo posto. Agora, o nome do parlamentar é considerado o favorito na escolha da presidência da Assembléia, com o início da nova legislatura a partir de 1 de fevereiro.


Ainda no final do ano passado, o novato parlamentar Glauber Coelho (PR) foi um dos primeiros a defender Theodorico Ferraço à presidência da Assembléia Legislativa. Na ocasião, ele destacava a experiência, competência e independência de Ferraço para o exercício do cargo.


Nas últimas semanas surgiram duas outras alternativas à presidência daquela Casa. Foram os deputados Rodrigo Chamoun (PSB), correligionário do governador Renato Casagrande, e Sérgio Borges (PMDB), ligado ao ex-governador Paulo Hartung (PMDB). Apesar disso, Theodorico Ferraço ainda continuava sendo apontado como favorito ao posto.


Glauber Coelho voltou a defender a indicação de Ferraço na semana passada, não destacando o significado dela para Cachoeiro de Itapemirim. Porém, deu ênfase ao fato de que o parlamentar pode tirar proveito da importância do cargo para ganhar combustível rumo novamente à prefeitura daquele município.


Embora nunca escondesse que acalenta um dia governar Cachoeiro de Itapemirim, Glauber não se dá por vencido com uma eventual candidatura de Ferraço à prefeitura. Disse que continua obediente à orientação e decisão de seu partido, o PR, caso seja convocado a entrar na disputa, no ano que vem, pela prefeitura.


Em sendo alçado à presidência da nova Mesa Diretora da Assembléia, Ferraço deve assumir o posto com uma mágoa atravessada na garganta, situação que não tem o hábito de enfrentar calado por muito tempo.
Trata-se da possibilidade de que seu filho Ricardo (PMDB) viesse a se tornar governador do Estado, no lugar de Renato Casagrande.


Na condição de vice-governador de Paulo Hartung (PMDB), Ricardo Ferraço recebeu todas as condições para ser o sucessor de seu titular no palácio Anchieta. Porém, às vésperas da eleição de outubro do ano passado, Hartung negociou na cúpula do governo federal a substituição da candidatura de Ricardo pela de Renato, oferecendo a seu então auxiliar a vaga como candidato ao Senado, por onde acabou sendo eleito.


Nos meios políticos, há uma forte expectativa da reação de Theodorico Ferraço à frente da Assembléia Legislativa sobre o episódio recente. Ele, que é conhecido como não tendo travas na língua, poderia trazer a público fatos ainda desconhecidos daquela manobra política, sacudindo as hostes do governo Paulo Hartung, que acabou de deixar o poder.


Imagem: Reprodução
Colunista: Ivan de Freitas

Tags: