Mesmo prejudicados, consumidores não têm costume de reclamar - Muqui

Muqui Mesmo prejudicados, consumidores não têm costume de reclamar

O Código de Defesa do Consumidor completou 20 anos, mas o capixaba ainda não parece estar totalmente ciente de seus direitos

O Código de Defesa do Consumidor completou 20 anos em setembro, mas o capixaba ainda não parece estar totalmente ciente de seus direitos. Em recente pesquisa do Instituto Futura, 51,6% dos entrevistados afirmaram já ter passado por alguma situação em que se sentiram prejudicados como consumidores. No entanto, mais da metade desse número, 55,4%, não fizeram reclamações ao Procon sobre o problema, mesmo afirmando conhecer o órgão.

Segundo a analista de pesquisas da Futura Tâmara Freitas Barros, muitos não procuram o órgão por achar que o problema levará muito tempo para ser resolvido. "A população mais jovem reclama menos, o que pode significar que essa faixa etária não tem ciência dos seus direitos", explica.

A pesquisa mostrou que 97,4% dos jovens entre 16 a 19 anos, e 75, 6% dos que estão entre os 20 e os 29 anos nunca fizeram reclamações ao Procon. Tâmara conta que é interessante notar que as mulheres reclamam mais que os homens e que quanto maior o nível de renda e escolaridade do entrevistado, maior é o conhecimento dele sobre seus direitos. "Reclamar vale a pena. E 78,4% dos que costumam reclamar concordam", afirma.

Para a diretora do Procon Estadual Lorena Tamanini, não se trata de falta de credibilidade no órgão, mas de um fator cultural. "Existem pesquisas que só nos colocam atrás dos bombeiros em níveis de credibilidade. E é impossível ganhar dos bombeiros", brinca.

Ela ressalta que é necessária uma mudança cultural. "Ainda existe muito comodismo e gente que deixa passar em branco. Muita gente só reclama quando se vê prejudicada pela terceira ou quarta vez. Não tem que ser assim", garante.

Lorena diz também que a reclamação é o único meio de fazer com que as coisas mudem, o que acontece até mesmo dentro do Procon. "Quando recebemos reclamações, a gente pensa em maneiras de melhorar nosso serviço".

Ainda, a diretora explica que as reclamações podem ser feitas não apenas no Procon, mas nas próprias lojas ou prestadoras de serviço. O importante, segundo ela, é reclamar. "A gente adora quem reclama muito. As pessoas tachadas como ?cri-cris? são as que normalmente conseguem ter seus problemas resolvidos".

As principais queixas

37,9%. Cobrança indevida ou abusiva
31%. Procedimentos de compra/serviço (dano material decorrente do serviço, descumprimento de garantia ou de prazo, serviço não fornecido e desistência de compra/serviço)
18,1%. Relacionamento entre consumidor e empresa (se sentir enganado; ser mal atendido; haver dano moral ou se sentir humilhado.

Onde procurar ajuda

Procon Estadual
Endereço: Avenida Princesa Isabel, 599, Centro, Vitória
Telefone: (27) 3381-6222
Funcionamento: 9 às 17h

Procon Municipal de Vitória
Endereço: Av. Maruípe, 2.544, Itararé
Telefones: 156 ou 3382-5484/3382-5485
Funcionamento: 8 às 17h

Procon Municipal de Vila Velha
Endereço: Rua Henrique Moscoso, 1754, Centro (atrás do Shopping da Terra)
Telefone: (27) 3388-4136 ou 3388-4139
Funcionamento: 8 às 17h

Procon Municipal da Serra
Endereço: Av. Talma R. Ribeiro, 5416, Portal Jacaraípe
Telefone: (27) 3252-7247/3252-7295
Funcionamento: 8 às 18h

Procon Municipal de Cariacica
Endereço: Av. Getúlio Vargas, 88, Campo Grande
Telefone: 3346-6324 / 3346-6307
Funcionamento: 9 às 17h

Procon Municipal de Guarapari
Endereço: Rua Santo Antônio, 213, Muquiçaba
Telefone: (27) 3261-7534 / 3362-6850
Funcionamento: 8 às 17h

Procon Municipal de Viana
Endereço: Av. Guarapari, s/nº, Areinha
Telefone: 3343-3294 / 3366-3137
Funcionamento: 8 às 17h

Líderes em queixas