O deputado federal Camilo Cola (PMDB) conseguiu registrar sua candidatura à reeleição no Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

O relator do pedido de candidatura, Dair José Bregunce, e os demais membros do Pleno do TRE ignoraram a ação 2009/97075, oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF), que tramita no Supremo Tribunal de Justiça (STF) tendo como alvo a campanha do deputado de 2006.

Na ação, o deputado é acusado de capitação ilícita de votos ou corrupção eleitoral, que teve como origem o inquérito 2836, da Polícia Federal. O esquema foi descoberto durante a operação João de Barro, deflagrada em 2008, em Cachoeiro de Itapemirim, com o objetivo de apreender documentos sobre desvio de verbas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal.


Em uma diligência na prefeitura, os agentes descobriram um caderno que expunha o funcionamento do esquema de compra de votos que levou Camilo Cola a seu primeiro mandato eletivo, na Câmara dos Deputados. Os números apontavam para um investimento de cerca de R$ 7 milhões. O funcionamento do esquema envolvia deputados, vereadores e cabos eleitorais de norte a sul do Estado. Parte do dinheiro era repassado a candidatos a deputado estadual, que por sua vez o distribuíam para os vereadores.


O processo chegou ao Supremo e tem como relator o ministro Joaquim Barbosa, que determinou várias diligências para averiguar as informações contidas no inquérito da Polícia Federal e na denuncia do MPF. A última movimentação do processo, que já tem seis volumes, foi em abril deste ano, quando foi encaminhado à Procuradoria Geral da República (PGR), para vista.

No TRE, a candidatura de Camilo Cola foi deferida junto a um pacote de candidaturas da coligação da qual o deputado faz parte. Mesmo tendo a candidatura deferida, o deputado pode ainda ser alcançado pelo STF.
Dobradinha com petista

Embora ainda ostente um figurino de esquerda, o PT de Cachoeiro de Itapemirim, sul do Estado, volta a fazer uma aliança, ainda que informal, com a candidatura conservadora do megaempresário Camilo Cola (PMDB), que disputa a reeleição de deputado federal. Trata-se do ex-secretário de governo da prefeitura local, Rodrigo Coelho, que concorre a uma vaga na Assembléia Legislativa.
Aliado do atual prefeito, Carlos Casteglione (PT), Rodrigo Coelho se transferiu do município de São José do Calçado para Cachoeiro de Itapemirim logo após a última eleição municipal, quando foi guindado ao cargo de secretário. Ele tenta repetir a mesma trajetória política de Casteglione, que se elegeu deputado estadual, em 2006, fazendo uma dobradinha eleitoral com Camilo Cola.


A dobradinha de Rodrigo Coelho com Camilo Cola é a mais emblemática do município, mas outras já começam a ser fechadas. O candidato a estadual do PSB Alexandre Bastos vai apoiar o ex-prefeito da Serra Audifax Barcelos, que concorre a uma vaga na Câmara dos
Deputados. Essa aliança só foi possível depois que a vereadora Cláudia Lemos, também socialista, desistiu de disputa de deputada federal.

Outra definição no quadro de apoios aos candidatos a deputado federal acontece com Glauber Coelho (PR), que concorre a estadual om seu correligionário Pastor Brás. Antigos aliados, o ex-prefeito Roberto Valadão (PMDB) já decidiu seu apoio a Camilo Cola, tendo fechado também com a candidatura ao Senado do vice-governador Ricardo Ferraço, ambos de seu partido.

No PV, o candidato a estadual tenente Moulon vai apoiar seu correligionário Abel Santana à Câmara dos Deputados. Já o vereador do PDT Alexandre Maitan ainda não tem companhia para emprestar apoio, uma vez que o partido não tem candidatura a deputado estadual.


O vereador Marcos Antônio Mansor (PSDB), que concorre à Assembléia Legislativa, vai formar uma dobradinha com César Colnagno, do mesmo partido na corrida à Câmara dos Deputados. Nos bastidores políticos de Cachoeiro de Itapemirim, prevalece a avaliação de que praticamente todos os candidatos a estadual ou federal devem fechar apoio com os postulantes ao Senado Ricardo Ferraço (PMDB) e Magno Malta (PR), a exceção daqueles ligados ao PSDB.


Imagem: Divulgação
Revisão: Ivan de Freitas – [email protected]

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