Depois de 44 anos dedicados a vida pública e sem perder nenhuma eleição, o senador Gérson Camata (PMDB), 68 anos, decidiu sair de cena. Na manhã desta segunda-feira (07), em conversa com o governador Paulo Hartung (PMDB), Camata informou da decisão. "Candidatar nunca mais.

A idade chega, a vida anda. Não quero ficar arrastando chinelo no Senado. Quero dar espaço para os mais novos".
Camata deixa o Senado chateado com o PMDB acusando o partido de na decisão de apoiar o senador Renato Casagrande (PSB) ao Governo do Estado, ter se preocupado só com os minutos na TV. Deixando de lado o projeto de governo. "Temos que ter projeto para dar continuidade ao trabalho feito pelo governador Paulo Hartung."


A insatisfação com a sigla ainda não será a "porta de saída" do senador. Segundo ele, seu desejo maior era não só se aposentar, mas também deixar a sigla. O que não o fará a pedido de Hartung.

Gerson Camata vai subir no palanque de Casagrande e apoiar sua esposa, a deputada Rita Camata (PSDB), para o Senado. Mas o apoio ao vice-governador e também pré-candidato ao Senado, Ricardo Ferraço (PMDB) ainda será avaliado. "Paulo (Hartung) quer minha ajuda no interior".


Quanto ao que irá fazer no futuro não descartou trabalhar em futuros governos, mas brincou, novamente, dizendo que vai abrir uma padaria em Vitória para ficar o dia todo contando "causos" e tomando café.
Natural de Castelo, sul do Espírito Santo, Gerson Camata formou-se em economia pela Ufes em 1969, ficou conhecido como radialista de algumas emissoras em Vitória, principalmente a partir de 1964 quando apresentou o noticioso policial "Ronda da Cidade" e posteriormente na TV Vitória onde chegou a diretor de jornalismo dos Diários Associados no Espírito Santo.


Iniciou sua vida pública quando ingressou na legenda da ARENA ao se eleger vereador em Vitória em 1966, deputado estadual em 1970 e deputado federal em 1974 e 1978.

Restabelecidas as eleições diretas para os governos estaduais, com o retorno ao pluripartidarismo em 1980, Gerson Camata optou pelo PMDB, e foi eleito governador do Espírito Santo em 1982. Após sua vitória, sofreu uma ameaça de processo com base na Lei de Segurança Nacional por ter suportamente chamado o presidente João Figueiredo de "general mentiroso" durante a campanha eleitoral, fato rechaçado.

Já investido no cargo, conheceu Rita de Cássia Paste, que após o casamento passou a assinar Rita Camata. Seu governo ficou conhecido como desenvolvimentista, abriu estradas e incentivou a abertura de indústrias.
Não concluiu o mandato para concorrer ao Senado, sendo reeleito em 1994 e em 2002. Hoje faz parte da Mesa diretora do Senado Federal.

Imagem: Divulgação
Revisão: Ivan de Freitas - [email protected]

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