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Trabalhadores da Samarco pedem ajuda a deputados - (Anchieta, ES)

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Trabalhadores da Samarco pedem ajuda a deputados - Desespero

Desespero Trabalhadores da Samarco pedem ajuda a deputados

Funcionários do quadro próprio da Samarco estiveram na manhã desta quarta-feira (25) na Assembleia Legislativa (Ales) para pedir ajuda aos deputados. Os trabalhadores querem saber “o que falta” ser cumprido pela mineradora para que volte a operar. A solicitação surge diante de um cenário de incerteza, pois há possibilidade que a empresa demita 40% do seu pessoal no total (englobando Anchieta e Mariana).

O espaço para ouvir as reivindicações foi cedido pelo presidente da Casa, Theodorico Ferraço (DEM), diante de um pedido de Nunes (PT), durante a sessão ordinária. Os parlamentares se mostraram solícitos às cobranças e diferenciaram as obrigações judiciais a serem cumpridas na recuperação do Rio Doce e os impactos sociais e econômicos que a empresa pode causar caso não seja reativada.

“A luta de vocês é a nossa luta”, disse Ferraço. Ele revelou que pediu audiência com o ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho (PV-MA), e com o presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), para tentar solucionar a questão. “Ninguém está defendendo que ela (a Samarco) não vá recuperar o meio ambiente. Mas, se ela não funcionar, como ela vai se recuperar, a indústria vai virar ferro-velho?”, questionou.

Jante de Sá (PMN) defendeu que a conta do prejuízo ambiental causado pela mineradora não recaia “nas costas” dos trabalhadores, justamente em uma época de recessão. A mesma opinião teve José Esmeraldo (PMDB). “É inadmissível que viremos as costas para aqueles que estão na iminência de perder o emprego. A Samarco deveria manter essas pessoas”, disse.

Já Marcelo Santos (PMDB) cobrou uma “conversa centrada”. “Não vai ser fechando as portas da Samarco que teremos a solução dos problemas que ela provocou”. Os números negativos da economia nacional foram lembrados pelo Pastor Marcos Mansur (PSDB), que emendou: “Estamos recebendo os trabalhadores da Samarco, que representam uma fração dessa realidade triste, com o desemprego batendo na porta deles”.

O presidente do colegiado de Meio Ambiente da Casa, Dr. Rafael Favatto (PEN), deixou claro que a comissão é a favor “da volta imediata da Samarco”. O parlamentar explicou que todas as exigências ambientais demandadas a ela foram cumpridas no âmbito do Espírito Santo e destacou a importância da mineradora para a economia. Segundo ele, com as portas fechadas “são R$ 130 milhões a menos no cofre do governo do Estado de impostos (por ano)”.

Sandro Locutor (Rede) lembrou que a Casa criou uma comissão para acompanhar os problemas desde o começo e ressaltou que a empresa tem feito “incursões” junto aos órgãos deliberativos para obter as licenças a fim de retomar a produção. Para ele, o Ministério Público de Minas Gerais, que se “omitiu em alguns momentos”, agora talvez, por conta disso, “tem endurecido” a volta das operações da Samarco.

Representantes

Diversos funcionários da Samarco usaram o microfone da tribuna do plenário para se manifestar. Um deles, Max Célio de Carvalho, disse que ele e os colegas passam por um momento delicado que os “atormenta” desde novembro de 2015, quando barragem da mineradora se rompeu em Mariana, causando um desastre ambiental. O objetivo é dialogar com a sociedade a possibilidade de demissão de 40% dos trabalhadores próprios. Segundo ele, mais de mil terceirizados já foram mandados embora.

“Não estamos virando as costas para a gravidade do acidente”, reiterou. No entanto, afirmou que a difícil situação dos funcionários parece “invisível” nos debates em torno dos problemas causados. Carvalho pediu ajuda aos parlamentares para saber “quais são as reais condicionante que estão evitando a volta da Samarco” e solicitou uma agenda com o Ministério Público Federal (MPF) de Minas Gerais.

Outro funcionário, Edmar Nascimento, chegou a se emocionar ao descrever os problemas enfrentados e teve de interromper a fala. Tão logo se recompôs, disse que há uma cultura de respeito “muito grande” entre os empregados da mineradora. “O sonho dos pais é colocar os filhos para trabalhar na Samarco”, revelou.

O colega de trabalho, Eduardo Cardoso, técnico da área de controle destacou ações feitas pela empresa para reparar os danos ambientais. “São 7 mil cartões de auxílio aos pescadores do Rio Doce. Cada cartão desse já recebeu R$ 11 mil”, pontuou. Conforme falou, a Samarco entregou ainda 1 milhão de litros de água por dia na região de Governador Valadares (MG).

Já Anderson Borges apresentou números. Segundo suas informações, a Samarco representa 6% do Produto Interno Bruto (PIB) capixaba e, em 2014, investiu mais que o dobro dos R$ 8,6 milhões obrigatórios em ações sociais. O técnico de controle de produção Renan Delfino ressaltou que, desde o momento do acidente em Mariana. trabalhou para ajudar as famílias atingidas e chegou a ficar três meses longe do filho.

A causa dos trabalhadores recebeu o reforço do Sindicato dos Metalúrgicos (Sindimetal). O presidente da entidade, Roberto Pereira de Souza, tocou na questão do desemprego. Representante do movimento “Somos Todos Samarco” (STS), Artur Pereira, que não é funcionário da empresa, falou dos impactos no comércio que o fechamento dos postos de trabalho podem gerar.

O responsável pelas relações governamentais da Samarco, Fernando Künsch, destacou o papel da Ales em conscientizar a sociedade sobre a importância da empresa. “A gente está começando realmente a sentir agora, a gente não tem deixado de demonstrar nossa consternação com a tragédia”, reiterou. “A gente tem começado a sentir que as pessoas acordaram para a importância dessa empresa para gerar emprego, rendas, impostos”, completou.


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