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Bandidos se matriculam em faculdades para vender drogas - (Guarapari, ES)

Guarapari

Bandidos se matriculam em faculdades para vender drogas - Lucro mais fácil

Lucro mais fácil Bandidos se matriculam em faculdades para vender drogas

A matrícula em faculdades particulares da Grande Vitória está se tornando algo como uma camuflagem para traficantes. Isso porque eles estão ingressando nas instituições não para conseguir uma graduação, mas somente para vender entorpecentes. Um dos casos foi descoberto pela Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (Deten). Um universitário estava cursando engenharia em uma instituição particular de Vila Velha somente para traficar.

Segundo o delegado adjunto da Deten, Fabiano Rosa, o jovem foi preso no início do ano, após meses de investigação da polícia.

“Os policiais conseguiram levantar que o objetivo dele na faculdade era traficar e não estudar. Ele se mantinha matriculado com o dinheiro do tráfico”, afirmou Rosa.

O jovem estudava na instituição há mais de um ano. O traficante tinha como alvo os alunos, público de maior poder aquisitivo. A nova modalidade surpreendeu o delegado. “É uma modalidade nova. Ele atingia o público de classe média e alta de uma forma muito facilitada”, contou Fabiano Rosa.

E para esse público específico de classe média e alta, as drogas oferecidas também eram características. Maconha, cocaína, ecstasy e LSD foram as mais comercializadas, segundo o delegado.

Fabiano Rosa ainda destacou o fato das faculdades não terem como controlar a entrada dessas drogas, o que facilita a venda.

“Na faculdade não tem um controle. Ele pode colocar grande quantidade de comprimidos no bolso e ninguém percebe. Vende uma pílula por até R$ 100, dependendo da situação”, falou.

E como o lucro é alto e fácil, pagar a mensalidade da faculdade acaba se tornando apenas um pequeno custo, além de ajudar a esconder o verdadeiro intuito desse bandido. “O tráfico passa a financiar mesmo. Dependendo do fluxo de venda, em dois ou três dias ele consegue lucro para pagar a mensalidade e se manter ali naquele local”, revelou Rosa.

Apesar da nova modalidade ter surpreendido a polícia, o delegado afirmou que está preparado para combater o tráfico. “Temos investigações em andamento sobre isso e em breve teremos novidades. Nossa delegacia está intensificando o combate a essa nova modalidade”, concluiu Fabiano Rosa.

Ufes cria aplicativo contra crime

Quando o assunto é tráfico de drogas em instituições de ensino superior, a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) apresenta um histórico. Em fevereiro deste ano, o Núcleo de Repressão às Organizações Criminosas e à Corrupção (Nuroc) realizou uma operação que culminou com a prisão de uma quadrilha do tráfico.

Segundo a polícia, a quadrilha atuava, inclusive, vendendo cocaína dentro da Ufes e em faculdades particulares do Estado.

Para tentar reduzir ao máximo a incidência de crimes dentro do campus, a Administração Central da Ufes realizou, no dia 28 de abril, a primeira reunião da Comissão de Segurança.

Por meio de nota, a instituição informou que, entre as ações a serem implementadas, está o desenvolvimento de um aplicativo de celular, por meio do qual os usuários poderão enviar um alerta para a vigilância da universidade e denunciar qualquer problema.

Além disso, quando considera necessário, a Ufes solicita o apoio da Superintendência da Polícia Federal no Estado para que realize uma vistoria no campus com o objetivo de coibir possíveis ações relacionadas ao tráfico de drogas dentro da universidade.

"Dinheiro fácil atrai os jovens", explica juíza

Risco reduzido, lucro mais fácil e rápido, além de público consumidor restrito, são alguns dos pontos que levam universitários a entrarem para o tráfico de drogas.

Isso é o que percebe a juíza titular da 4ª Vara Criminal de Vitória, Gisele Souza de Oliveira. A magistrada afirmou que estão aumentando os casos de jovens que entram nas faculdades e, ao mesmo tempo, para o tráfico. “A gente percebe que está acontecendo um aumento desse tipo de envolvimento de jovens, que cursam universidades, com o consumo e tráfico de drogas, especialmente as sintéticas”, afirma.

Ainda de acordo com a juíza, já apareceram casos na 4ª Vara Criminal de Vitória de jovens que estavam pagando as mensalidades dos cursos com dinheiro do tráfico.

“Isso ocorre mesmo. Eu já me deparei com processos em que essa situação ficou evidenciada e é uma atividade muito lucrativa, há um retorno financeiro muito alto e rápido, vira uma forma de financiar os estudos, o que é totalmente ilegítimo”, ressaltou Gisele.

A juíza ainda acrescentou que, mesmo quando esses universitários terminam a graduação nas faculdades, acabam se mantendo no tráfico de drogas, devido ao alto lucro e facilidade para ganhar dinheiro.

“Muitas vezes, mesmo quando eles saem da faculdade, continuam traficando. É um dinheiro que entra fácil. A pessoa quer se dedicar ao tráfico, compra uma carga de drogas e imediatamente vende”, disse.

Outro fator importante para atrair o universitário é o fato do baixo risco. A magistrada explicou que como o público desse criminoso é restrito e fechado, com consumidores de classe média e alta, ele se expõe muito menos que um traficante comum. Mas a sensação de impunidade pode se virar contra o universitário, visto que pode ter uma pena maior, caso condenado.

2 mil pílulas apreendidas

Quase dois mil comprimidos de ecstasy já foram apreendidos pela Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (Deten), neste ano, na Grande Vitória.

Segundo o delegado Fabiano Rosa, adjunto da unidade, o número é muito maior que o ano de 2015.
“Ano passado a gente fechou perto de 200. Esse ano já foram quase dois mil comprimidos, principalmente na época do carnaval”, falou.

O delegado ainda ressaltou que 90% dos traficantes presos pela Deten estão na cadeia. “A Justiça também está trabalhando e nos ajudando”, concluiu.

Como eles ATUAM:

* Primeiro o bandido faz o vestibular, como uma pessoa comum;
* Após passar, ele inicia os contatos dentro da instituição e começa a angariar os consumidores;
* Em seguida, o traficante inicia a venda, dentro da faculdade, de diversas drogas;
* Entre as mais conhecidas, estão a maconha e a cocaína;
* Porém, o mercado mais específico e procurado é o de drogas sintéticas, como o ecstasy e o LSD;
* Os produtos também são vendidos em festas universitárias, na maioria das vezes, de música eletrônica e, em alguns casos, com envolvimentos dos organizadores.

Luxo e crimes

Quatorze pessoas suspeitas de abastecer o tráfico em pontos da Grande Vitória, Norte e Noroeste do Estado, com drogas e armas, foram presas durante a operação Portelinha II, do Núcleo de Repressão às Organizações Criminosas e à Corrupção (Nuroc), no dia 18 de fevereiro deste ano.

A quadrilha atuava, inclusive, vendendo cocaína dentro da Ufes, e em faculdades particulares. Comandavam a organização Bryan Lyrio Deolindo, 24, Ygor Bisi Pena, 29, e Edmar Brandão Moreira, o Gordão, 31. Eles ainda teriam envolvimento em mortes.

R$ 11 mil de ecstasy

A Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes apreendeu 228 comprimidos de ecstasy. A droga estava dentro da casa de Matheus Luiz da Silva, 20, em Vila Palestina, Cariacica, no dia 9 de dezembro de 2015.

Segundo o delegado Fabio Pedroto a droga possuía o valor de revenda de aproximadamente R$ 11.400. Matheus foi autuado por tráfico de drogas, resistência e desobediência e uso de documento falso (tinha carteira de estudante universitário falsificada).

Universitária presa

Uma estudante de Direito e um promotor de eventos foram presos acusados de trazer drogas de São Paulo para o Estado. O casal de amigos Ludimila Bins, 19, e Jonas David Caldeira, 30, foi preso dentro de um ônibus em Guarapari, no dia 21 de março de 2015. Segundo a polícia, a droga seria comercializada em festas.

Ao todo, a polícia apreendeu cerca de 2 mil comprimidos de ecstasy, além de mil micropontos de LSD. O material foi avaliado em R$ 100 mil pela polícia.



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