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Marcus Vicente, o presidente da CBF - (Cachoeiro de Itapemirim, ES)

Cachoeiro de Itapemirim

Político da bola e controverso no ES: Marcus Vicente, o presidente da CBF - Futebol (CBF)

Futebol (CBF) Político da bola e controverso no ES: Marcus Vicente, o presidente da CBF

Substituto interino do licenciado Marco Polo Del Nero na presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marcus Antônio Vicente é um velho aliado da alta cúpula da entidade. Foi vice-presidente regional durante a gestão de Ricardo Teixeira já em 1995, sendo um importante ponto de apoio também no campo político. Como membro da Câmara dos Deputados, integra a chamada "bancada da bola", tendo, inclusive, campanha financiada pela CBF. De 1997 até 2015, Marcus Vicente só não exerceu mandato de deputado federal entre os anos de 2007 e 2011. Atualmente, cumpre seu quinto, pelo Partido Progressista (PP).

Futebol e política, aliás, sempre andaram lado a lado na vida deste capixaba de 61 anos. Na década de 1980, foi vereador e prefeito de Ibiraçu (ES), cidade onde nasceu. Lá, presidiu o clube de mesmo nome e que foi campeão estadual em 1988. Em 1994, assumiu a Federação de Futebol do Espírito Santo (FES), entidade que comandou durante mais de duas décadas (1994-2015), dividindo opiniões e sendo apontado por muitos como responsável pelo ostracismo do futebol local que, coincidentemente, não tem um clube na Série A do Brasileirão desde 1993.
Já chefiou a delegação brasileira de futebol em várias partidas no exterior. Esteve presente nas viagens recentes para Buenos Aires e Salvador, nos confrontos contra Argentina e Peru, pelas Eliminatórias da Copa 2018.

A gestão do futebol capixaba durante a "Era Marcus Vicente" foi posta em cheque durante a CPI que investigou os contratos da CBF com a Nike, no ano de 2001. O relatório do deputado Silvio Torres apontou, entre outras aparentes irregularidades, o não recolhimento de alguns impostos e a falta de registros contábeis da FES entre os anos de 1995 e 2000. Também não teria sido comprovado o destino de uma verba oriunda da CBF, no montante de R$ 50 mil, repassada em 1998 a um "favorecido desconhecido". À época da CPI, a diretora financeira da FES era uma irmã de Marcus Vicente.
Recentemente, envolveu-se em polêmica, por supostamente ter costurado um acordo entre a CBF e a Desportiva Ferroviária, em que o clube capixaba desistiu de uma ação judicial milionária datada de 2004, movida, porém, pelo clube-empresa Desportiva Capixaba, que gerenciava o futebol grená até 2011. O acordo, feito sem o consentimento dos demais acionistas do clube-empresa, foi considerado inválido pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJ-ES).
Também neste ano, Marcus Vicente (PP) foi apontado, de acordo com a prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), como o terceiro mais beneficiado entre os deputados federais do Espírito Santo com as doações de empresas investigadas pela Operação Lava-Jato; teve R$ 255 mil das empreiteiras.

NO ESPÍRITO SANTO, OPINIÕES DIVIDIDAS

Marcus Vicente assume a CBF interinamente por ser vice-presidente regional. Na complexa composição política da entidade, representa a região Centro-Oeste e não a Sudeste, da qual o Espírito Santo geograficamente faz parte.
Do ponto de vista esportivo, muitos dirigentes de clubes capixabas criticam Marcus Vicente nos bastidores, mas poucos o fazem publicamente. Sucedido neste ano por Gustavo Vieira na presidência da Federação de Futebol do Espírito Santo, candidato por ele apoiado, Vicente ainda é tido como muito influente no futebol local.

Adauto Menegussi é presidente do Linhares, dirigente do futebol que está há mais tempo no comando de um clube do estado (12 anos). E é um dos que criticam sua gestão:

- Eu gosto de Marcus Vicente como político, acho que ele é muito inteligente e não vi coisas obscuras relacionadas e ele. Mas na gestão do futebol é diferente. Temos divergências, inclusive ele até me processou. Não concordo com o que ele fez com o futebol capixaba e fui contra o candidato dele nas últimas eleições. Acho que não tem competência para dirigir a CBF e o nosso futebol - opina Menegussi.

Exemplo contrário, Adilson Conti, presidente do Estrela, de Cachoeiro de Itapemirim, ameniza:

- Acho que ele está preparado, já que é vice-presidente e tem experiência de 20 anos presidindo a federação capixaba, já ocupa cargo público, conhece bem o futebol brasileiro, já foi chefe de delegação de seleção brasileira. Então acho que, com o conhecimento que tem, pode prestar relevantes serviços não só ao futebol capixaba, como ao brasileiro. Acho que é positivo. Competência ele tem, e acho que tem tudo para fazer uma boa gestão à frente da CBF.


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