O deputado federal Evair de Melo (PV-ES) defendeu o Sistema S, na Comissão de agricultura da Câmara Federal. Segundo ele, a retenção de verbas não pode refletir em instituições, que são fundamentais para a melhoria da qualidade de vida no campo. Cálculos apontam um corte de cerca de R$ 8 bilhões no orçamento do Sistema S.
A falta de compromisso com determinados setores terá impacto irreparável na sociedade brasileira. “Quem conhece o meio rural brasileiro, sabe o papel primordial que essas entidades desempenham na vida de quem mora no campo”, protestou Evair de Melo, que foi instrutor do Senar em Minas Gerais e no Espírito Santo, também do Sebrae mineiro.
Ao longo de seus 40 anos de história, o Sistema procura inventar e reinventar maneiras de beneficiar pessoas e empresas, e no campo não tem sido diferente. A participação maciça de instituições como o Senar, o Sescoop e o Sebrae têm feito a diferença no meio rural, já que muitos conseguem impulsionar seus negócios através de qualificação promovida por estas instituições.
É o caso da Luzia Spoladore, produtora de leite há 24 anos, já fez diversos cursos pelo Senar. Desde agroindústria, apicultura, conservas, até doces. Para ela a capacitação e a qualificação têm de ser constante. “Por mais que nosso conhecimento técnico seja limitado, o Senar nos deu um direcionamento, se antes faltava informação, agora chega, e sempre em tempo por meio dos técnicos. Meu filho fez na semana passada um curso de tratorista, que ainda pode ser aproveitado em diversas propriedades”, relata a moradora do Núcleo Rural Banca de Areia, em Cachoeiro do Itapemirim.
Sobre a decisão do governo, o presidente da Federação de Agricultura do Espírito Santo, Júlio Rocha Junior, disse que “precisamos nos policiar para não perdermos a sensatez diante da falta de políticas públicas para entidades como a nossa”. Ele reforça, ainda que o objetivo do Senar é promover a ascensão no campo viabilizando a qualificação profissional e, naturalmente, a qualidade de vida no campo.
Sistema S
O Sistema é composto por nove entidades dentre elas Sebrae, Sesc, Senai, Sescoop e Senac. No campo, as de maior atuação são o Sebrae, voltada para a orientação e agregação de valor, incentivando e capacitando profissionais quanto a criação do próprio negócio no campo, gestão e etc; o Senar que trabalha fortemente a capacitação, desempenha papel central na qualificação da mão de obra, como curso de tratorista, artesanato, culinária, agroindústria; e o Sescoop que tem promovido a cultura cooperativista e o aperfeiçoamento da gestão de maneira integrada, dando sustentabilidade aos negócios gerados nesse segmento.
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