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Oncologistas encontram nova técnica contra câncer de pulmão - (Vargem Alta, ES)

Vargem Alta

Oncologistas encontram nova técnica contra câncer de pulmão. - Imunoterapia

Imunoterapia Oncologistas encontram nova técnica contra câncer de pulmão.

Uma nova esperança surge no tratamento do melanoma e do câncer de pulmão: a imunoterapia. Por meio deste procedimento, medicamentos estimulam o próprio sistema imunológico do paciente a combater a doença. As últimas pesquisas mostram resultados promissores no tratamento de tumores agressivos em estágio avançado.


Esse e outros avanços serão apresentados durante a 8ª Jornada Neon do Câncer de Pulmão, que acontece nos dias 20 e 21 de setembro. Promovido pelo Núcleo Especializado em Oncologia (Neon), o evento vai reunir cerca de 30 pneumologistas e cirurgiões de tórax no Hotel Fazenda Monteverde, em Vargem Alta, nos dias 20 e 21 de setembro.


Um dos palestrantes da jornada, o oncologista Cristiano Drumond Magalhães, explica como a imunoterapia pode revolucionar o tratamento do câncer de pulmão. “Diferente da quimioterapia normal, a imunoterapia age auxiliando no reconhecimento das células tumorais. Há vários estudos em andamento, sendo que recentemente foram aprovadas novas indicações na Europa e Estados Unidos para novos tumores, como o câncer de pulmão e melanoma, tratamentos ainda não disponíveis no Brasil”, explicou.


O objetivo da imunoterapia é combater a doença pela estimulação do sistema imunológico do paciente. Conhecida há cerca de cinquenta anos, ela só começou a apresentar resultados satisfatórios há pouco tempo, quando os cientistas ganharam mais conhecimento sobre o funcionamento do sistema imunológico. Descobriu-se que alguns componentes que impedem as defesas do organismo de funcionar com força total precisariam ser inibidos para o combate eficaz aos tumores.


O uso de nivolumabe – remédio que bloqueia uma proteína chamada PD-1, permitindo que o sistema imunológico localize e destrua as células cancerosas –, por exemplo, aumentou a sobrevida de pacientes com câncer de pulmão. De acordo com estudos, pacientes que foram submetidos ao tratamento com a imunoterapia tiveram sobrevida média de 9,2 meses. Em tratamentos convencionais, esse período de sobrevida é, em média, de seis meses.


“Historicamente, o câncer de pulmão não é imunogênico (não promove estímulo do sistema imune), ou seja, é incapaz de induzir a destruição do tumor. O melhor entendimento do sistema imune e o avanço da tecnologia que facilita o desenvolvimento de drogas propiciam resultados promissores com novos agentes imunoterápicos”, afirmou Magalhães.


O oncologista explica que há dois meios de ação da imunoterapia com particular interesse: a vacinação e a inibição, e pontos de checagem do ciclo celular (etapas específicas em que a célula decide se completa a divisão ou a interrompe temporariamente): “O funcionamento do sistema imune passa por algumas etapas até o ataque à célula tumoral. O primeiro deles é o reconhecimento do antígeno tumoral pela célula de defesa do organismo (que está circulando no sangue). Uma vez que este antígeno é reconhecido, outras células de defesa são estimuladas a atacar o tumor, liberando citocinas que tentam acabar com ele”.


Para proteger contra a inflamação e a autodestruição, vários pontos de checagem existem para deprimir o sistema imune. “Com o câncer em atividade, estes pontos de checagem podem levar à tolerância da presença do tumor e sua subsequente progressão. Na imunoterapia, dois pontos de checagem estão sendo estudados e drogas têm sido testadas: os anticorpos anti-CTLA4 e anticorpos anti-PD1 e PDL1”, afirmou o médico.


Especialistas cogitam que os novos conceitos da imunoterapia, que faz com que o próprio organismo se torne aliado do paciente no tratamento, possam abrir caminho, no futuro, a uma vacina contra o câncer.



Novos medicamentos



Durante a 8ª Jornada Neon do Câncer de Pulmão, o oncologista Luiz Gustavo Sueth Berriel fará palestra sobre a adição de bevacizumabe em mesotelioma, para o tratamento de pacientes com mesotelioma pleural irressecável, um tipo de tumor no mesotélio, uma camada de epitélio que reveste internamente o tórax, abodme e o espaço ao redor do coração. A doença é muito agressiva e com poucas opções terapêuticas disponíveis.


“O bevacizumabe (Avastin) é um anticorpo monoclonal que se liga ao VEGF (fator de crescimento do endotélio vascular), que está na circulação, impedindo a formação de novos vasos sanguíneos no câncer. Em estudo recente houve benefício no tratamento, retardando o crescimento tumoral e aumentando o tempo que o paciente vive”, explicou Berriel.


O oncologista disse que a droga já é utilizada há anos contra outros cânceres, como de cólon, mama, ovário e pulmão: “Mas, nesses casos de mesotelioma pleural, nenhum estudo tinha resultado interessante, até surgir este atual. Ele ainda não foi publicado em revista, sendo disponibilizado apenas um resumo e apresentado em congresso. Aguardamos a liberação para esta nova indicação”.


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