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Mapa Geográfico vai estabelecer novos limites entre ES e MG - (Água Doce do Norte, ES)

Água Doce do Norte

Mapa Geográfico vai estabelecer novos limites entre ES e MG. - Parceria

Parceria Mapa Geográfico vai estabelecer novos limites entre ES e MG.

Os limites entre ES e MG foram motivo de violência e problemas políticos.

Um novo estudo que acaba de ser concluído põe fim às discussões sobre os limites territoriais entre o Espírito Santo e Minas Gerais. Um novo mapa que demarca a divisa entre os dois estados está sendo elaborado e corrige pequenas imprecisões de limite territorial. O novo mapa está sendo redesenhado pelo Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (IDAF), em parceria com o Instituto de Geoinformação e Tecnologia de Minas Gerais (IGTEC), e põe fim às discussões que deram origem à Guerra do Contestado, há mais de 70 anos.

Segundo os responsáveis pelo trabalho, a delimitação do traçado entre os estados traz uma série de benefícios. As informações relacionadas à localização de imóveis, por exemplo, serão mais exatas. Também serão facilitadas as atividades pertinentes às administrações públicas, como o cadastro de propriedades rurais e a emissão de documentos e certificações. O limite preciso implica, ainda, na redistribuição de participação financeira da União para os estados e dos estados para os municípios. Além disso, o traçado unificado deve garantir mais precisão aos levantamentos censitários feitos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No Espírito Santo, praticamente não houve mudança em relação aos limites territoriais já existentes. O relatório com as inconsistências encontradas durante os trabalhos será encaminhado ao IBGE, responsável no país pelos limites estaduais.

Guerra do Contestado
Nas décadas de 1930 e 1940, Espírito Santo e Minas Gerais empreenderam uma disputa territorial na Serra de Aimorés. No local os ânimos ficaram acirrados e, nessas terras consideradas “sem lei”, as relações entre grileiros, posseiros e fazendeiros resultaram em episódios violentos. Surge então Udelino Alves de Matos, figura envolvida na religiosidade e no misticismo, que idealizou a criação de um novo Estado abrangendo terras das cidades capixabas de Montanha, Pinheiros, Ecoporanga, Água Doce do Norte e Mucurici e mineiras de Carlos Chagas, Nanuque, Mantena e Ataleia.

Denominado de “União Estado de Jeovah” teve secretariado, bandeira, sede e hino. Ele foi desmantelado por uma ação policial, em 1953. Udelino Alves de Matos era procedente de Alagoinha, na Bahia. Ao chegar à região contestada empregou-se como professor em uma fazenda. Segundo Adilson Vilaça, no livro “Cotaxé: a reinvenção de Canudos”, Udelino era “(...) bem falante e socorria-se na bíblia para difundir ensinamentos aos desbravadores da terra ainda indomada”. Em suas viagens à Bahia costumava carrear posseiros para o trabalho no local. Conforme afirma: “O rapaz eloquente, enquanto distribuía lotes e apostolava, vislumbrou a ocasião de constituir um estado independente no território”.

Os governos do Espírito Santo e de Minas Gerais, sob a representação de Jones dos Santos Neves e Juscelino Kubitschek, reagiram energicamente contra 866 homens armados de Udelino. O “Estado União de Jeovah” ruiu e o paradeiro do líder continua um mistério. Em 1963 foi acertada a partilha das terras, encerrando o período de conflitos. “Ao sul do Rio Doce, a demarcação se deu com o trabalho executado pelo Serviço Geográfico do Exército (SGE), na década de 1940. Já ao norte, foi resolvido com o Acordo do Contestado em 1964, com a edição de uma resolução por parte de Minas Gerais, e com a lei 2.084 por parte do Espírito Santo. Ambas com a mesma redação, descrevendo as divisas entre os estados. O que fizemos agora foi um ajuste fino, já que antes ocorriam discordâncias quanto à interpretação de alguns trechos da lei”, acrescentou Vailson Schneider, chefe da Seção de Geografia e Cartografia do Idaf.


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