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PH utiliza internet para falar com eleitorado - (Cariacica, ES)

Cariacica

Governador Paulo Hartung utiliza internet pela primeira vez para falar com o eleitorado. - PH Interativo

PH Interativo Governador Paulo Hartung utiliza internet pela primeira vez para falar com o eleitorado.

Paulo Hartung alfinetou o ex-governador Casagrande, que respondeu na internet.

No terceiro mandato a frente do Governo do Estado, e assumindo após a gestão de Renato Casagrande (PSB) – governo que começou como aliado e terminou como adversário – o governador Paulo Hartung (PMDB) está buscando espaço na internet, terreno em que Casagrande transita bem.

Um passo importante foi dado nesta quarta (27). No canal do governo no youtube, Hartung participou de um hangout, transmissão ao vivo na qual respondeu a uma série de perguntas dos internautas. Em alguns momentos, ele até brincou sobre a falta de experiência com a ferramenta, e se saiu bem no quesito espontaneidade.

A estratégia usada por Hartung foi evidenciar a situação difícil da economia nacional, aliada à queda na arrecadação de ICMS e royalties de petróleo, como fatores que o levaram a tomar as medidas de austeridade no início do mandato, salientando ainda o que considera uma desorganização administrativa deixada pelo antecessor, o que chamou de “barbeiragem”.

Finanças e política nacional
“Em 2014, da receita prevista de ICMS que estava no orçamento público, tivemos uma redução de R$ 400 milhões. Para cobrir o déficit, o governo passado usou e exauriu a poupança que tinha sido feita com muito trabalho, dedicação e sacrifício”, disse PH, que abusou de expressões populares para ilustrar sua fala. “Há um bom tempo o vento não bate nas costas empurrando pra frente, ele está batendo no peito, dificultando a caminhada. Mas, como dizia meu saudoso pai, o vento dificulta, mas não impede de prosseguir. Não podemos dar um passo maior do que a perna numa hora de restrições, é necessário ter um planejamento muito sólido”, completou.

Ficou claro no discurso do governador que a prioridade número um do início de mandato é manter as contas em dia. “Temos que manter R$ 415 milhões por mês de folha de pagamento (da administração direta e indireta), cinco duodécimos aos outros poderes, que são mais R$ 150 milhões/mês, e o custeio da máquina. No Rio de Janeiro, o governo está com dificuldade de pagar a folha. No Distrito Federal, os salários estão atrasados desde o ano passado. O governo do Rio Grande do Sul teve que sacar depósitos judiciais para pagar a folha e agora está parcelando, e sacar depósitos não é um bom caminho. O Paraná também enfrenta dificuldades”, justificou Hartung, que disse conhecer as consequências da desorganização, pois foi com isso que teve de lidar quando assumiu a primeira gestão, em 2003.

Quanto ao orçamento do Estado para 2015, Hartung disse que o mesmo não era realista. “Se tem orçamento maior do que a arrecadação, fica o déficit e a conta sem ser honrada. A primeira providência, com apoio da Assembleia, do Ministério Público, do Tribunal de Contas, do Tribunal de Justiça, foi enxugar, reduzimos em R$ 200 milhões só de recursos próprios, graças à sensibilidade desses poderes. Este ano, além do ICMS, tem a queda dos royalties do petróleo. Se não fizesse o ajuste, eu teria despesas sem capacidade de honrar, o que geraria desorganização e dificuldades. Dos 27 estados federados, talvez o único que tenha conseguido reorganizar o orçamento dessa forma tenha sido o nosso, um diferencial muito importante na condução do estado em 2015, que está sendo um ano difícil. Apesar da arrecadação em queda, o orçamento e a arrecadação estão mais ou menos equalizados”, afirmou o governador, que acredita que, em meados de 2016, se o país fizer o dever de casa e a economia reagir, as coisas podem começar a melhorar. “Quem chegar melhor preparado lá vai ter condições de reagir mais rapidamente e avançar no desenvolvimento. Não podemos flertar com a desorganização, porque ela traz riscos”, continuou.

Turismo
Hartung também falou genericamente sobre turismo, e chegou a colocar a localização próxima ao que chamou de “fortes concorrentes” (RJ, SP, BA, MG) como obstáculo, pois os demais já têm o turismo consolidado. Recorreu à história para lembrar que o Espírito Santo foi colocado há margem do desenvolvimento estrategicamente para servir de barreira verde às riquezas de Minas. Mas, “apesar da concorrência”, PH disse que temos potencialidade para crescer no setor. “Temos um litoral bacana, precisamos cuidar da ocupação. Cada cidade tem que ser dotada de PDM bem estruturado. Muita coisa errada foi feita na ocupação do litoral ao longo dos anos, o exemplo de Guarapari é muito claro. Umas coisas já corrigimos, outras serão feitas com o tempo, isso com relação ao litoral. Outra potencialidade é a região de montanhas, com clima ameno, belezas naturais, no caso do Caparaó tem muita água. Essas belezas e essas riquezas têm que ser trabalhadas”.

Saúde
Sobre o caos no atendimento público na saúde, PH disse que é a realidade que encontrou no sistema, “desorganizado, sem nenhum controle, de 2014 para 2015 foram R$ 150 milhões de despesas sem empenho, a impressão que tenho é que nem se sabia o que estava sendo feito. Fui procurar um técnico qualificado (Ricardo Oliveira, secretário de Saúde), que está entre os melhores do país, para que ele desse um choque de organização na estrutura de saúde do estado. Não é um trabalho simples, se olhar Brasil afora há um problema grave, sub-financiamento da saúde por parte da União, a União alega que a culpa é do Congresso quando derrubou a CPMF, mas na verdade o que há é os municípios investindo mais, os estados federados investindo mais e a União recuou nos investimentos. Em 2003, a União financiava dois terços e o Estado um terço”, falou, completando que, no final dos dois mandatos dele, em 2010, a relação se invertera, com o Estado investindo dois terços da receita na área. “O secretário está em Brasília, discutindo mudanças nessas questões, o ministro (Arthur Chioro, da Saúde) reconheceu e está disposto a buscar solução, é uma realidade dramática, é necessário mais dinheiro, mas apenas isso não resolve, acima de tudo é necessário choque de gestão, combater desperdício, controle de gastos, combater a corrupção, estamos com um bom plano, um bom projeto. Ontem visitei o São Lucas, está ampliando devagarzinho, já está com 180 leitos, é importante ver o hospital prestando serviços à população, ainda falta obra ali de R$ 25 milhões e isso é prioridade. Ontem também conversei com arquitetos para iniciar o projeto do futuro hospital de Cariacica, vai ser um importante equipamento na malha sul metropolitana, também estou restabelecendo a relação com a rede filantrópica”, prosseguiu PH.


Concursos
Sobre os 109 aprovados no concurso da Secretaria de Justiça (Sejus) que ainda não foram nomeados, PH falou que, apesar do momento ser de muitas restrições (“Não é verdade dizer que se quiser fazer, faz. Faz, mas não paga”), na noite de terça (26) ele autorizou a nomeação dos concursados. “É possível fazer. Fiz despacho ontem à noite com a secretária Sandra Belon (secretária de Gestão e Recursos Humanos) e nomeei os concursados. Só estão sendo nomeados porque não gera aumento de despesas, é uma nomeação de concursados que substitui as designações temporárias”, enfatizou.
Quanto à possibilidade de novos concursos, além da remoção no magistério, anunciou concurso de 1.100 professores para a rede estadual de ensino, “para que substituam a designação temporária”.

Obras paradas
Quando questionado sobre por que três obras foram paralisadas em Iconha (asfalto entre Tocaia e Morro da Palha, asfalto de Duas Barras a Inhaúma e pavimentação da ES 325 ligando Bom Destino à sede do município), que segundo o internauta estavam em andamento no ano passado, Hartung contestou a afirmação. “Essas obras não pararam agora, eu sei porque passei em Iconha, pararam o ano passado, porque as contas foram desajustando e eles (a gestão Casagrande) foram tirando dotação de outras áreas.Quando fui candidato em 2002, me pediram para fazer a obra Iconha a Duas Barras. Não prometi a obra, e no entanto eu a realizei. Eu não vendo terreno na lua, nem ofereço escritura de terreno na lua, caminho passo a passo. No dia em que eu falo ‘vou fazer’ é porque tem o recurso. Abrir frente de mais de 30 caminhos do campo, em período eleitoral, isso não é o mais correto com a população”, voltou a alfinetar Hartung.

Educação
Hartung disse priorizar o ensino básico e o fundamental, com parceria com as prefeituras. “Hoje as tecnologias revolucionaram a comunicação e a forma de se relacionar na escola, na relação professor aluno, o aluno em tempo real pode acessar conexões com as informações e ensinamentos que o professor expõe na sala de aula. Nós estamos desenvolvendo o projeto de tempo integral, não estamos inventando nada, estamos apenas buscando soluções para melhorar a qualidade, por isso é bom o debate, acredito que vamos construir mudanças no ensino médio com muita participação e qualidade. Escola viva é escola com atratividade e servirá para o jovem formular um projeto de vida. Onde tem população com renda mais baixa é necessário ter escola que ajude, junto com outras atividades, a evitar que o jovem não seja presa fácil do tráfico e do crime”, disse.

Agricultura
Paulo Hartung também falou de forma generalizada. Disse que, se a agricultura perdeu tamanho no PIB no Espírito Santo após a fase de industrialização na década de 70, o PIB social dela só aumentou. “É necessário induzir o desenvolvimento no interior, Otaciano (Otaciano Neto, secretário da pasta) é um jovem talentoso, está caminhando muito bem nesse início. Vamos fazer o terceiro Pedeag (Plano Estratégico da Agricultura Capixaba), vamos desenvolver ensino e pesquisa não só no Incaper, sou entusiasta do desenvolvimento do interior, vamos identificar a vocação de cada região e transformar essa vocação em desenvolvimento econômico”.

Renato Casagrande
Em sua página no facebook, o ex-governador Renato Casagrande, alvo das críticas de Hartung durante boa parte do hangout, publicou uma nota na qual expõe seus pontos de vista. Casagrande diz que Hartung o está atacando “por falta de resultados a apresentar aos capixabas”, chama PH de “salvador da pátria” em tom de ironia, e diz que ele “repete a farsa de que desorganizamos o estado e paralisamos obras em 2014”. Ele nega ter paralisado obras. O que houve, segundo ele, “foi a retirada de projetos que constavam do Orçamento preparado por nós e que ele (Hartung) mesmo refez, por pura vaidade e arrogância”.

Casagrande também critica o discurso de priorização do servidor público. “Ele diz que servidor público é prioridade, mas demite profissionais, nega reajuste salarial e esquece que lá atrás, quando negociou com o então presidente Lula uma antecipação dos royalties de petróleo para pagar a folha de pessoal, fez, como ele mesmo gosta de dizer, ‘uma grande barbeiragem’". 

Segundo Casagrande, os R$ 300 milhões de antecipação dos royalties obtidos na época geraram uma dívida de mais de R$ 1 bilhão, que coube ser sanada pelo governo dele. “Assim como coube a nós retirar o Espírito Santo da lista de inadimplência que impedia o Estado de receber recursos externos. Além disso, o atual governador chuta a verdade para escanteio, ao dizer que soou em minha gestão o alerta sobre gastos com pessoal. Na verdade, fomos o único estado brasileiro a receber nota A da Secretaria do Tesouro Nacional pelo equilíbrio dos gastos públicos. Também alcançamos o primeiro lugar como Estado mais transparente do país. E agora, com menos de seis meses da atual gestão, caímos para a nona posição, porque o atual governo barra o controle externo e apresenta à sociedade números que não são confiáveis. Chega de farsa. Chega dessa velha política mesquinha. O Espírito Santo não precisa de um Salvador da Pátria. Precisa é de honestidade e trabalho sério”, finaliza Casagrande.


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