Mimoso do Sul

O caldeirão do Ferração - Xerife

Xerife O caldeirão do Ferração

A atual legislatura da Ales é a mais animada das últimas gestões. O presidente da Assembléia, Ferração, dirige um verdadeiro caldeirão, em que vira e mexe o caldo entorna. A ironia do destino é que o atual governador, Paulo Hartung, que nadou de braçada no legislativo em seus dois mandatos e foi o fiador político da governabilidade do seu recente desafeto, ex-governador Casagrande, agora tem que contar com uma infindável de variáveis que lhe causam dor de cabeça na Ales.

A maioria dos deputados estaduais está no bloco dos cordeiros, aceitam o que o executivo faz, buscando comida e proteção. Com pouco destaque esse bloco, por vezes, passa a vergonha de desfazer ações em que foi obrigado, como o caso do projeto "Escola Viva", que aparentemente, nasceu morto. Os deputados votaram o requerimento de urgência e depois "desvotaram", tudo isso de acordo com a orientação do executivo.

Alguns, podem ser classificados como "xerifes", é o caso do Ferração (DEM), presidente da casa. Foi reeleito a pouco, garante a maioria do governador, e de vez em quando ameaça explodir, o que permite seu espaço próprio. Experiente e pragmático, anda rindo dos "ex-manda tudo da assembléia", como o deputado Enivaldo do Anjos. O deputado do PSD é um velho e novo deputado, retornou depois de uma temporada no tribunal de contas do estado. Caso consiga uma vitória judicial, acumulará com os gordos proventos da aposentadoria do TCES os também gordos proventos de salário da ALES. Mas é uma injustiça afirmar que Enivaldo "só quer saber de dinheiro". Ele gosta mesmo é de poder. E para isso, já vestiu a camisa de deputado novo e independente. Pressiona o governo com CPIs, mas é improvável que voltará a viver o momento de pertencer ao seleto grupo de deputados que conseguiram "sequestrar" o executivo, como no passado. É uma variável do Caldeirão.

Sensação da assembléia, o professor Sérgio Majeski, embora tenha sido eleito com baixa votação graças ao coeficiente eleitoral de seu partido, tem conseguido êxito em obter apoio social e espaço na mídia, além de driblar as hostilidades dos deputados tradicionais, quase todos. A história do tucano honesto e independente, que foi eleito meio por acaso, graças a seus alunos, com pouco dinheiro, e que agora se posiciona de acordo com o que acredita é comovente, quase insólita! Tem criado problemas ao governador, e não se sabe, se é por dor na consciência ou por ser considerado meio que café com leite, não tem sofrido tantas represálias dos políticos tradicionais. Com a exceção do Gildevan.

O "fight" entre o deputado do PV, Gildevan, com o tucano Sérgio Majeski é emblemático! Representa a disputa do deputado "mais submisso" com o mais altivo da assembléia. Gildevan, desde o governo passado é aquele que coloca a "mão na massa". Sabe aquele trabalho difícil, que ninguém quer fazer por que é certo que a população não vai gostar e vai se posicionar contra? É só deixar com Gildevan! Um exemplo disso foi o pedido de vista no decreto legislativo que acabava com o pedágio da terceira ponte. Essa é a grande "qualidade" política dele. Não ter medo de ser contra a opinião pública, já que os  eleitores dele ficam distantes dos grandes centros.

A bancada petista aparece nesse momento apagada, acanhada por conta da situação nacional do partido. O deputado Padre Honório é petista, mas aparentemente, não muito, e não causa grandes transtornos. Mas, se o PT está nas cordas do ringue (e por falar em ringue), o mesmo não acontece com o deputado Nunes. Ex-presidente da CUT , controla os sindicatos e pode causar problemas ao governo estadual através dos movimentos sociais. O governador que tinha acenado com a ex futura secretaria do trabalho recuou à medida que o PT agrega grande rejeição. Essa conta que não fecha com certeza desdobrará em fatos políticos no estado.

O deputado Euclério, conhecido pela metralhadora giratória, tem sido mais seletivo em seus alvos, e a concorrência tem tirado os brios de seu mandato, que parece ter esquecido a pauta da ponte. Já o deputado Gilson Lopes parece ter "batido a cabeça" há alguns anos e virado "outra pessoa". Nem parece aquele deputado amigo do Gratz e das suas, digamos... ações. Independente, coerente, preocupado com a situação do estado, não tem tido muito espaço, mas tem garantido um bom trabalho parlamentar.

Por último não se pode deixar de citar o deputado apresentador Amaro Neto. Embora seja uma figura pública em alta, com grandes possibilidades eleitorais, precisa melhorar o trejeito no legislativo, se continuar com pouca aderência as pautas políticas a euforia de sua eleição como mais votado pode passar. O deputado Amaro não tem tido a mesma performance no parlamento do que tem diante da TV. Meio imprevisível, não tem feito, mas pode fazer a Ales balançar.

Batata assando

A impressão geral nos meios políticos é que o prefeito Luciano Rezende está com sua "batata assando", o processo já começou.

Gerúndio

O pessoal do "Fora Dilma" aqui no estado anda conjugando o verbo ARMAR no gerúndio acompanhado de adjetivos não publicáveis.

Dúvida

A cada dia que passa as pessoas se perguntam quem é mesmo que preside a nação, seria Dilma, seria Temer, seria o Cunha...



Texto e Desenho por: Arnóbio Manso Paganotto 



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