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Dívidas ameaça o futuro da Desportiva Ferroviária - (Cariacica, ES)

Cariacica

Dívida de R$ 80 milhões e problemas judiciais da gestão do grupo Villa-Forte impedem o avanço da Locomotiva Grená e coloca o patrimônio em risco. - Situação difícil

Situação difícil Dívida de R$ 80 milhões e problemas judiciais da gestão do grupo Villa-Forte impedem o avanço da Locomotiva Grená e coloca o patrimônio em risco.

O patrimônio e o futuro da Desportiva Ferroviária correm sérios perigos. Nesta quinta-feira, a diretoria grená revelou, em coletiva de imprensa, a grave crise financeira que o clube enfrenta, com dívida de R$ 80 milhões, em decorrência dos problemas da parceria com o grupo Villa-Forte e Oliveira Empreendimentos S/A, na época da Desportiva Capixaba. O anúncio contou com a presença dos principais veículos de comunicação do estado.

“Nós queremos chamar a atenção da sociedade capixaba, dos desportistas do estado, da imprensa e do governo. A Desportiva Ferroviária pede socorro. Precisamos que essa situação seja resolvida o mais rápido possível. A Desportiva corre o risco de desaparecer”, afirma o presidente da Desportiva Ferroviária, Wilson de Jesus.

A decadência da Desportiva e os problemas começaram em 1999, quando o clube vendeu 51% de suas ações para o grupo Villa-Forte e Oliveira Empreendimentos S/A (rede de combustíveis Frannel), virando o clube-empresa Desportiva Capixaba. A contrapartida do acordo não foi cumprida, e a Desportiva voltou a ser Ferroviária em 2011. Entretanto, o processo de dissolução da parceria ainda corre na Justiça, que entende que a Desportiva Ferroviária faz parte do grupo econômico.

“Já pagamos cerca de R$ 800 mil em dívidas das mais de 20 empresas desse grupo, incluindo o processo do professor de uma faculdade, que quase levou nosso estádio ao leilão. Como não encontram nenhum bem da Desportiva Capixaba e dessas empresas do Macelo Vila-Forte, as dívidas vem para cá”
, explica o vice-presidente jurídico do clube, Laudio Klipel.

Para se livrar da dívida e dos problemas jurídicos, a Desportiva Ferroviária tenta derrubar a tese de que faz parte desse grupo econômico, com empresas de diversos ramos, como de combustíveis e educacional, além de cobrar uma rápida solução no processo de dissolução da malfadada parceria, que corre na 2ª Vara Cível de Cariacica, desde 2012.

A irresponsável parceria com o Grupo Frannel, de Marcelo Villa-Forte:

Em 1999, o ex-presidente da Desportiva Ferroviária, Sr. Edvaldo Rocha Leite firmou parceria com o grupo Oliveira Empreendimentos e Participações S/A (leia-se rede de postos de combustíveis Frannel), tendo como seu principal gestor o Sr. Marcelo Villa-Forte, além de outros familiares. A Desportiva Ferroviária ficaria com a parte social, enquanto que o futebol seria administrado pela Desportiva Capixaba (união da Desportiva Ferroviária com o grupo Oliveira Empreendimentos e Participações S/A). A primeira parte ficaria com 49% das ações, enquanto o grupo majoritário com 51%. Como contrapartida, acordou-se que seria construída uma nova sede social, um posto de gasolina, além do pagamento de R$ 300.000,00.

Com inadimplemento das obrigações por parte da Villa-Forte e Oliveira Empreendimentos e Participações S/A, a Desportiva Ferroviária cobrou e a justiça capixaba condenou o grupo de investidores a pagar R$ 8.000.000,00 (valores atuais) aos ferroviários, o que ainda não ocorreu. Além disso, as atividades do futebol foram encerradas na época e o clube passou a colecionar inúmeras ações na Justiça do Trabalho e na Justiça Comum Estadual e Federal. Não cumprindo com as obrigações trabalhistas, tributárias, fornecedores e prestadores de serviço.

No dia 08 de abril de 2011, após recuperar a posse do estádio Engenheiro Alencar Araripe, atualmente Arena Unimed Sicoob, a Desportiva Ferroviária voltou a existir, tocando o futebol, mas com poucos recursos e com inúmeros desafios pela frente.

Dívidas do Grupo Villa-Forte: quem pagam são os ferroviários

A irresponsável administração da Desportiva Capixaba traz inúmeros transtornos à atual gestão. A Justiça entende que a Desportiva Ferroviária deve herdar todos os passivos do Grupo Oliveira Empreendimentos e Participações S/A, que por sua vez tem participação em pelo menos outras dez empresas no ramo de combustíveis. São inúmeros processos tributários e trabalhistas, de empregados – até mesmo de outras empresas do grupo – e ex-jogadores. Os advogados grenás trabalham para convencer a Justiça de que se tratam de duas instituições diferentes: a Desportiva Ferroviária é uma associação sem fins lucrativos, tendo como objeto social a prática do futebol amador e profissional do futebol, e não a comercialização, distribuição, transporte de combustíveis, ou do ramo da educação, não participando desse “grupo econômico”. Vários processos correm à revelia, sem o conhecimento prévio da Desportiva Ferroviária, que sequer é chamada para discutir o mérito das causas.

Além das ações trabalhistas, há inúmeras pendências tributárias em que a União, o Estado e os Municípios ajuizaram respectivas execuções – sendo que uma delas, contra a Frannel Distribuidora de Petróleo Ltda, no valor de quase R$ 42 milhões. Diante disso, o estádio Engenheiro Alencar de Araripe, avaliado em R$ 70 milhões em 2013, pode ser arrematado em leilão de uma hora para a outra, por um valor que não condiz com sua estrutura (R$ 35 milhões).

A difícil volta da Desportiva Ferroviária

Quando se tornou clube-empresa, em 1999, a Desportiva disputava a Série B do Campeonato Brasileiro, por pouco não conseguindo o acesso no ano anterior. Como Desportiva Capixaba, entretanto, sofreu dois rebaixamentos no Brasileirão e no Capixabão, manchando a história gloriosa do clube de Jardim América. Ao reabrir as portas do clube, em abril de 2011, o presidente Robson Santana e seu vice Wilson de Jesus – atual presidente - sabiam que teriam muito trabalho pela frente.

As instalações do Estádio Engenheiro Alencar Araripe estavam precárias e o futebol parado. O estádio virou Arena Unimed Sicoob, com parceria com as empresas Unimed Vitória e Sicoob Espírito Santo, sendo atualmente um dos estádios mais modernos do estado, recebendo a seleção da Austrália neste ano, durante a Copa do Mundo.

Desde o difícil pontapé inicial, em apenas três anos e meio de reestruturação, a Desportiva Ferroviária conquistou três títulos em quatro finais seguidas disputadas – Campeonato Capixaba Série B 2012, Copa Espírito Santo 2012 e Campeonato Capixaba 2013 –, e disputou, nesta temporada, a Copa do Brasil e a estreante Copa Verde, além de ser campeã da Copa dos Campeões, do Desafio Preto e Grená e da Taça Unimed Vitória de Futebol. Apesar da campanha abaixo de suas pretensões no Estadual deste ano, a equipe lidera o Grupo B da Copa Espírito Santo. Entretanto, a herança maldita da Capixaba impede que a Locomotiva Grená volte a trilhar os trilhos que lhe pertencem.

Medidas do departamento grená

Os advogados grenás trabalham no processo de dissolução da Desportiva Capixaba e Desportiva Ferroviária, que ainda corre na Justiça, e tentam derrubar a tese de “grupo econômico”. Como medida emergente, os acordos são firmados e os leilões são suspensos.

Para conferir mais sobre este assunto entre no site da Desportiva
Ferroviária (Clicando aqui).


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