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Magno Malta aconselha Zezé Perrella a não mentir - (Afonso Cláudio, ES)

Afonso Cláudio

Magno Malta aconselha Zezé Perrella a não mentir sobre helicóptero com cocaína - helicóptero e drogas

helicóptero e drogas Magno Malta aconselha Zezé Perrella a não mentir sobre helicóptero com cocaína

O senador Magno Malta (PR), aconselhou - “como amigo e irmão” -, nesta terça-feira (03), o senador Zezé Perrella (PDT-MG) a dizer a verdade sobre o episódio em que um helicóptero da empresa dos seus filhos foi apreendido com quase meia tonelada de cocaína, em novembro. O senador capixaba alertou o colega de Congresso sobre as consequências que pode sofrer no caso de mentir.

"Posso calcular o seu sofrimento, da sua família, convivendo com a exposição diária, com um fato comum e que não é aceitável, que é o tráfico de droga. Ouça um conselho do seu irmão, do seu amigo: o choro pode durar uma noite, mas a alegria pode vir ao amanhecer. Em nenhum momento titubeie na sua palavra ou dê uma informação que não é verdadeira, doa a quem doer. Nesses momentos, desmentir a informação mal dada é pior que ser pego com a boca na botija", alertou Magno Malta.

Zezé Perrella, ex-presidente do Cruzeiro, subiu à tribuna do Senado se pronunciou pela primeira vez nesta terça-feira (03) para falar sobre o assunto. Na semana passada, a Polícia Federal no Espírito Santo expediu carta precatória solicitando o depoimento do deputado estadual Gustavo Perrella (SDD-MG), filho do senador, no inquérito instaurado para investigar a apreensão.

Perrella, que assumiu a vaga como suplente do ex-presidente Itamar Franco, tem uma atuação discreta no Senado e não havia comentado o assunto até então. O senador defendeu seu filho, alegando que ele teria sido enganado pelo piloto quando lhe foi pedido que emprestasse o helicóptero para um “pequeno frete”.

"O piloto tinha cara de gente boa, quase levei para morar na minha casa. Nosso único erro foi confiar nele, mas quem nunca se enganou? É como você emprestar seu carro para alguém comprar pão na esquina e esse carro é usado para cometer um assassinato. Que culpa você tem se você simplesmente emprestou?", questionou o senador.

Perrella disse ainda que aconselhou seu filho Gustavo a largar a política após o episódio.

"Eu fumo cigarro, não consegui largar. Mas meu filho nem isso faz. Eu sei o tanto que ele está sofrendo com isso. Aconselhei inclusive a não mexer mais com política. Eu descobri que não vale a pena. O delegado deu depoimento dizendo que o deputado Perrella não constava sequer como suspeito, que prestaria depoimento como testemunha, já que a aeronave lhe pertencia. Mas a imprensa, quando não quer entender, quer ver sangue, quer massacrar", disse.

"Meu filho não conhece sequer droga. Tanto eu como meu filho lutamos contra as drogas. Participei de campanha antidroga com o Senador Magno Malta por várias vezes. O Senador Magno possui em Minas Gerais alguns abrigos antidrogas que a gente ajudou a vida inteira. Fizemos campanha antidrogas, eu como Presidente do Cruzeiro, juntamente com o Gustavo. Isso faz parte, inclusive, da atividade dele como parlamentar", queixou-se o senador.

O caso

Um helicóptero que saiu de São Paulo e pertence a uma empresa dos filhos do senador Zezé Perrella foi apreendido com cerca de 445 kg de pasta base de cocaína logo depois que aterrissou, numa propriedade rural localizada no município de Afonso Cláudio, na região serrana do Espírito Santo, a 138 km de Vitória. Quatro pessoas - entre elas o piloto - foram presas na operação organizada pelas polícias federal e militar. Os policiais apreenderam R$ 16 mil que, segundo as investigações, seriam fruto da venda de droga.

Confira o depoimento de Perrella na íntegra

Presidente Jorge Viana, meus companheiros Senadores.

Eu jamais imaginaria, Presidente Jorge Viana, que viria a esta tribuna para tratar de um assunto que me deixasse tão triste. Acho que é do conhecimento de todos. Na última semana, o meu filho, que é Deputado Estadual por Minas Gerais, é proprietário de uma empresa que se chama Limeira Agropecuária, é uma empresa agrícola, no interior do Estado, e essa empresa tem um helicóptero, uma aeronave, que se encontrava em manutenção, de uma quinta-feira até a sexta-feira seguinte. O meu filho veio para Brasília, para a minha casa, recebe um torpedo do tal piloto, o famigerado piloto, perguntando se podia fazer um pequeno frete para Brasília. Esses fretes, obviamente quem tem aeronave sabe,são feitos para custear as manutenções dessas aeronaves, e isso é uma coisa corriqueira e absolutamente normal para quem possui esse tipo de aparelho. Meu filho respondeu o torpedo dizendo: “Sem problema.” Ele colocou – e está nas mãos da Polícia Federal – que ele receberia R$12 mil por esse pequeno frete, e respondeu que sim.

O piloto pega essa aeronave, vai para São Paulo, enfia nesse helicóptero 442 quilos de cocaína e vai para o Espírito Santo, num voo que ele não comunicou para a Anac – ele fez um plano de voo para a cidade de Belo Horizonte, mas foi, carregando 442 quilos de cocaína para o Espírito Santo. Esses bandidos, graças a Deus, estavam monitorados pela Polícia Federal, e, quando chegaram a essa propriedade no Espírito Santo, a Polícia Federal já os esperava e os capturou. O piloto, que trabalhava para o meu filho, deu um depoimento no qual disse que meu filho não sabia de absolutamente nada; que ele foi cooptado pelo co-piloto, que era um conhecido dele, e que o co-piloto não trabalhava para o meu filho; que ele receberia R$104 mil para fazer esse frete, dos quais ele ficaria com R$60 mil e o co-piloto, com R$44 mil. O delegado, em seguida, deu um depoimento para a imprensa do Brasil inteiro dizendo que o Deputado Gustavo Perrela não constava sequer como suspeito, que prestaria um depoimento como testemunha, já que a aeronave o pertencia.

Um advogado contratado pelo pai do piloto, no dia seguinte – um advogado, por sinal, desqualificado, de porta de delegacia, que foi até já substituído –, deu uma declaração que ele soube por alto que essa pseudofazenda pertencia aos Perrelas.

Uma parte da imprensa, de uma maneira sacana – deixem-me usar esse termo –, começou a ventilar isso. O delegado, novamente, voltou à cena e disse que a fazenda não nos pertencia, mas que ele não poderia revelar o nome dos donos, que estavam sob investigação, para não atrapalhá-la.

Então, a verdade é essa e foi dita. Mas a imprensa, quando não quer entender, quer ver sangue, quer massacrar.

Meu filho não conhecer sequer droga. Magno Malta não está aqui. Tanto eu como meu filho lutamos contra as drogas. Participei de campanha antidroga com o Senador Magno Malta por várias vezes. O Senador Magno possui em Minas Gerais alguns abrigos antidrogas que a gente ajudou a vida inteira. Fizemos campanha antidrogas, eu como Presidente do Cruzeiro, juntamente com o Gustavo. Isso faz parte, inclusive, da atividade dele como parlamentar.

Então, quando eu vejo tudo isso – o Senador Magno Malta está aqui como testemunha… Magno, eu nunca passei um período tão difícil na minha vida. Não por nada. Nós não precisamos de política, graças a Deus. É pela injustiça.

Sugeriram ainda que o avião da droga poderia ter sido abastecido com dinheiro público. Todos nós sabemos que nós temos a nossa verba indenizatória. Ela pode ser utilizada para comprar passagem aérea e também para abastecimento de aeronave dentro de cota que nós temos para a atividade parlamentar. O meu filho usou durante o ano inteiro R$14 mil com abastecimento de aeronave. Quatorze mil durante o ano inteiro, o ano inteiro. O último ressarcimento que ele teve foi no mês de outubro.

Sugeriram, inclusive, que esse voo da droga, esse voo maldito foi feito com abastecimento de dinheiro público. Eu, inclusive, como Senador, já abasteci também. Não tenho o que negar. Usei R$14 mil durante o ano inteiro. Poderia usar R$20 mil por mês. Se está errado, que se mude o Regimento.

Então, quando eu vejo tudo isso, dá vontade, realmente de largar a política, porque é muito fácil jogar pedra.

Nós nunca precisamos disso, de R$14 mil por mês. Faça um levantamento aí de todos os Senadores, de todos. Todos usam dentro daquilo que podem. Talvez eu seja o que menos use, porque eu fico mais em Brasília. Às vezes em que usei foi para a minha atividade de política. Vou lembrar: R$14 mil o ano inteiro.

Então, quando eu vejo essas matérias, dá nojo até, às vezes, de mexer com política. Dá nojo.

Cinquenta manifestantes na porta da assembleia jogando farinha. Cinquenta. Quer dizer, estão querendo transformar isso num evento político, na base da sacanagem de quem não merece. Eu fumo cigarros. O Senador Magno Malta vive me enchendo a paciência para largar. Não consegui, ainda, Senador Magno, mas o meu filho nem isso faz. Ele não bebe – às vezes, uma cervejinha num churrasquinho.

Passei a semana com ele aqui, cara! Eu sei o quanto ele está sofrendo com isso. Eu sei o que ele está sofrendo com isso e o aconselhei, inclusive, a não mexer mais com política, e não é por causa disso, não. É porque eu descobri que não vale a pena. Não vale a pena, é muita injustiça!

Mais uma vez, eu repito: o meu filho não é investigado.

Eu torço, Senador Pedro Taques – o senhor, como promotor que é, já deve ter vivido, já deve ter presenciado situação semelhante –, que peguem os cabeças dessa organização, que essas pessoas apodreçam na cadeia.

Eu conversei com o pai do piloto. Era um menino que, se você olhar para ele, você não acredita! Quase levei esse garoto para morar na minha casa! Ele tinha uma cara de gente boa. Meu único erro, nosso único erro foi confiar nele, mas quem nunca foi enganado, quem nunca confiou?

É como você emprestar seu carro para alguém comprar um pão na esquina e esse carro ser utilizado para traficar droga ou para cometer um assassinato. Que culpa você tem se você emprestou o seu carro? Você
simplesmente confiou!

Então, eu não posso aceitar isso. Eu não posso aceitar isso. Mais uma vez, repito: o meu filho não está sendo investigado. Ele prestou depoimento e se ofereceu, inclusive, como testemunha. Se ofereceu.

O meu sonho é ver os chefes dessa organização na cadeia e que eles apodreçam lá. Essas drogas que tanto mal fazem para a sociedade.

A verdade já foi dita pelo próprio delegado, presidente do inquérito. O Gustavo não consta sequer como investigado, não é verdade? Então, é isso. A única coisa que, às vezes, a imprensa quis questionar, como ele disse que não autorizou o frete e depois o advogado diz que ele autorizou... O Gustavo quis dizer que ele não autorizou o frete para o Espírito Santo. Agora, os maldosos falaram: “Ele disse que não autorizou, depois disse que autorizou”. Ele disse que não autorizou para o Espírito Santo. Para São Paulo, ele disse que autorizou desde o primeiro momento. Ele não autorizou para o Espírito Santo. Agora os maldosos falaram: “Ele disse que não autorizou, depois disse que autorizou”. Ele disse que não autorizou. Editam e fazem o que fez a imprensa.

Muito obrigado, Sr. Presidente. Encerro o meu pronunciamento, pedindo a Deus, Senador Magno, porque eu quero ver é o dono da droga na cadeia. Pegaram lá aqueles coitados que fizeram isso para receber 60 mil. O outro recebeu 40. Eu quero ver é o dono da droga na cadeia. E Deus vai ajudar para que isso aconteça o mais breve possível. Obrigado, Sr. Presidente.


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