Segundo o estudo Mapa da Violência 2013, o Espírito Santo é o segundo estado no ranking de mortes de jovens negros no país. O levantamento, desenvolvido pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfiz, aponta que em 2011 – ano usado como base para a pesquisa – a taxa de mortes violentas de jovens negros no Espírito Santo foi de 144, 6 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes.

O índice preocupante foi um dos assuntos levantados durante o III Seminário Estadual Contra o Extermínio da Juventude Negra, realizado na Assembleia Legislativa nesta sexta-feira (27). Com o tema “Sonhos e Vidas Exterminadas: Pare, pense, por quê?”, o evento reuniu representantes de entidades ligadas ao movimento negro, direitos humanos, poder público e pessoas da sociedade civil.

O debate foi proposto pelo deputado Claudio Vereza (PT), atendendo a uma demanda do Fórum Estadual da Juventude Negra no Espírito Santo (Fejunes). “É necessário investir em políticas públicas de prevenção, de valorização da juventude, de aumento da autoestima, de educação integral e de profissionalização dos jovens”, sugeriu o parlamentar.

Cláudio Vereza é o autor da Lei 9646/11, que institui a Semana Estadual de Debates contra o Extermínio de Jovens e fixa o dia 21 de setembro como Dia Estadual do Combate ao Extermínio de Jovens.

O coordenador do Fejunes, Luiz Ignácio Rocha, também acredita que o investimento em políticas públicas é essencial para a redução da mortalidade de jovens negros. Segundo Rocha, a criação do Conselho Estadual da Juventude foi um avanço, mas é necessário ir além para que o Conselho e a política tenham recursos suficientes para avançar.

Troca de Experiências

Durante o Seminário também houve espaço para a exposição de experiências de mobilização para o combate do extermínio da população jovem nas periferias do Brasil. Uma delas foi o movimento Mães de Maio, de São Paulo, representado pela coordenadora Débora Maria da Silva.

Outra experiência apresentada foi a campanha ‘Reaja ou Será Morto, Reaja ou Será Morta’, representada pela articuladora Aline Nzinga. “A gente entende de que o extermínio dos jovens negros faz parte de um processo genocida do Estado brasileiro, que envolve extermínios, execuções sumárias, encarceramento em massa e até mesmo a falta de acesso a direitos básicos como educação e saúde”, apontou Nzinga.

VI Marcha 

Durante o Seminário também foi feito o lançamento da VI Marcha Estadual Contra o Extermínio da Juventude, que ocorrerá no dia 20 de novembro, com saída às 9 horas, da antiga Capitania dos Portos, rumo ao Palácio Anchieta.

Nicolle Expósito/Web Ales

(Reprodução Autorizada mediante citação da Web Ales)