Ele nasceu em Castelo, mas parece que pegou mesmo foi o jeito dos mineiros quando cursou Engenharia Florestal em Viçosa (MG). É quetinho pelos bastidores que o senador Renato Casagrande (PSB) fortalece sua musculatura eleitoral pelo Estado para tentar chegar ao Palácio Anchieta este ano.

Essa conversa de que o senador Renato Casagrande (PSB) só vai definir sua candidatura ao Governo do Estado em abril é conversa de grego. O senador é candidato sim. Com toda certeza. Não existe a possibilidade de recuo.
Aliados dizem que essa é a hora e a vez do senador. E muitos estão contando com ele para dar um novo rumo à política capixaba, porque Casagrande é uma pessoa leve, sem amarras. E essa característica nem o governador, Paulo Hartung (PMDB), tem. O socialista é carismático, competente, educado e muito, mas muito bem articulado. Seu prestígio alcança todo o Brasil.


Com o projeto "Lado a Lado com o Senado" (ou com o eleitor), o socialista tem feito reuniões por todo o Espírito Santo para ouvir as demandas da população, seja para que elas ecoem no Congresso ou o ajudem em suas propostas de campanha.

Nos giros que tem dado pelo interior, ele aproveita para visitar empresas com até 500 funcionários, o que pode render, e muito, nas urnas. Isso porque ele diz que ainda não é candidato, imagina se fosse.
Em Cachoeiro de Itapemirim, o senador socialista se reuniu esta semana com vereadores, lideranças sociais e com o prefeito Carlos Casteglione (PT). Lá, o petista é adversário do deputado estadual Theodorico Ferraço (DEM), que também é pai do vice-governador Ricardo Ferraço (PMDB), que poderá ser seu principal rival nas eleições.

Assim como na esfera nacional, com as pretensões do deputado federal Ciro Gomes (PSB) de concorrer à Presidência da República, no Estado também há uma pressão para que o PSB não lance candidatura própria ao governo.
Se os socialistas forem mesmo para o embate eleitoral, isso só deverá ser oficializado em março. Eles acertaram isso com o presidente Lula, numa reunião realizada em setembro de 2009, ele estava presente, também é secretário-geral da Executiva nacional do PSB.


Enquanto isso, os prefeitos do interior e demais liderança aproveitam para tirar proveito de acordos com diversos grupos que passam cortejando seus apoios para o pleito deste ano.


Muito se fala do cerco aos partidos montado por Hartung, que deixou a candidatura de Casagrande isolada. Mas, sinceramente, esse não é um ponto tão decisivo quanto parece. Pelo menos não para o senador, que tem prestígio pessoal. Mesmo que seu tempo na TV seja ínfimo, sua candidatura leva a decisão para o segundo turno. E aí, a coisa muda de figura. Pois, no segundo turno, o tempo de TV é igual para os dois candidatos.

Casagrande tem um acordo firmado com o deputado federal Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), também candidato ao Governo. Ou seja, vai ser muito difícil o governador eleger seu sucessor.

Nos bastidores, já há quem aposte na existência de uma ala dentro do próprio Palácio Anchieta que não quer apoiar o vice-governador, Ricardo Ferraço (PMDB). Segundo consta, há muitos insatisfeitos com a sua candidatura. E o pior: falam da existência de armadilhas para quando o vice assumir o governo em abril.

Outra coisa estranha ocorrida na última semana foi o “encontro casual” de Luiz Paulo e Hartung num restaurante em Manguinhos. Eles almoçaram juntos e ninguém sabe qual foi o menu da conversa em torno da moqueca que saborearam.

Muitos analisam que o melhor candidato para o governador apoiar seria o deputado. Eles já fizeram uma dobradinha certeira na Prefeitura de Vitória. O próprio Luiz Paulo falou que ele não ia se arrepender se o apoiasse.

Por fim, podemos afirmar que essa calmaria política é só aparente. Os bastidores estão mais quentes do que nunca. Como exemplo, a denúncia do Ministério Público contra o prefeito João Coser (PT), que veio numa hora excelente para os seus adversários e os que não querem Ricardo governador. Não que o prefeito não tenha errado. Mas, é fato, todas as prefeituras do PT contrataram a mesma empresa, a mando do comando nacional. Outra coisa: o que o senador Renato Casagrande foi tratar, em Minas Gerais, com o governador Aécio Neves (PSDB)? As eleições prometem ser mais do que ferventes neste 2010!

Foto: Divulgação internet

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