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Plantio direto na palha em expansão na Região Serrana - (Marechal Floriano, ES)

Marechal Floriano

Plantio direto na palha: prática agroecológica em expansão na Região Serrana - Agroecologia

Agroecologia Plantio direto na palha: prática agroecológica em expansão na Região Serrana

Queimar a palha resultante de diversas culturas ainda é uma prática comum nas propriedades rurais do Espírito Santo. Uma nova prática conservacionista esta sendo recomendada pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), na qual procura-se manter o solo sempre coberto por plantas em desenvolvimento e por resíduos vegetais, garantindo ainda mais benefícios ao terreno e à plantação.

Trata-se do Sistema de Plantio Direto na Palha (SPDP), uma tecnologia que está sendo introduzida nas propriedades rurais de base familiar da Região Serrana do Espírito Santo por meio do projeto “Desenvolvimento Tecnológico e Social Local para Melhoria dos Agroecossistemas Produtores de Hortaliças e Grãos – Sistema Plantio Direto”, coordenado pela pesquisadora do Incaper, Maria da Penha Angeletti. O trabalho, de natureza participativa, é conduzido pelo Incaper em parceria com organizações sociais da agricultura familiar e poder público municipal em Domingos Martins, Santa Maria de Jetibá, Laranja da Terra e Afonso Cláudio. “Estamos aprendendo com a natureza a lógica de produzir alimentos e matérias-primas em harmonia com a vida e com o meio ambiente, conservando e enriquecendo a terra e a água”, disse a pesquisadora.

“Esta prática não mexe no solo, que é a maior riqueza do agricultor familiar. A cobertura vegetal, sem o revolvimento das camadas superficiais e da matéria orgânica, ajuda a incorporar a água da chuva. Por isso, essa prática é considerada produtora de água”, destaca o engenheiro agrônomo Adolfo Brás, coordenador de agroecologia do Incaper. O aprendizado é conjunto, com ações de pesquisa científica, ações de extensão, unidades de observação, experiências de agricultores familiares, formação, desenvolvimento social, em uma rede de processos e pessoas que permite indicar um protocolo de adoção do sistema, para replicação das experiências e unidades demonstrativas na aplicação dos referidos princípios. A fase atual é de expansão.

“O uso destas tecnologias e conhecimento tem a capacidade de promover mudanças nos agrossistemas de base familiar, beneficiando um maior número de municípios, parceiros e agricultores familiares, justificando assim, a expansão do projeto”, disse Adolfo Brás. “O Sistema Plantio Direto na Palha é um projeto de inovação tecnológica para atender a demanda de melhoria dos agroecossistemas”, complementou a pesquisadora Penha Angeletti. O projeto está sendo apresentado ao sindicato dos trabalhadores rurais e aos gestores públicos de 10 municípios da Região Serrana: Santa Maria de Jetibá, Laranja da Terra, Domingos Martins, Marechal Floriano, Venda Nova do Imigrante, Afonso Cláudio, Santa Teresa, Santa Leopoldina, Itarana e Itaguaçu.

Reunião
Nesta quarta-feira (17), o Incaper promoveu uma reunião para discutir a “Estratégia de Expansão do Sistema de Plantio Direto na Palha na Agricultura de Base Familiar”. A ideia foi apresentar os critérios para que produtores interessados sejam inseridos no projeto e adotem o SPDP nas propriedades.

A pesquisadora Penha Angeletti destaca como objetivo do projeto “fomentar a adoção dos princípios do SPDP como referência tecnológica nos processos de produção agrícola em propriedades de base familiar, com ênfase na sustentabilidade; valorização da vida e convivência com mudanças climáticas”.

As experiências dos produtores que adotaram a prática são bem sucedidas, e estão ganhando cada vez mais espaço. Em Santa Maria de Jetibá, eram apenas duas propriedades consideradas referência. Com a ampliação da proposta, o município passará a contar com cinco unidades de referência. Em Laranja da Terra, a unidade de demonstração também passa a ser referência no sistema de plantio direto na palha.

“Conduzida de forma participativa, a reunião garantiu oportunidade para a troca de experiências e geração de conhecimentos local e territorial, com protagonismo de agricultores familiares e parceiros”, complementou o engenheiro agrônomo. Além do Incaper, sindicatos de trabalhadores rurais, prefeituras e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Espírito Santo (Fetaes) também estão envolvidos no projeto.


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