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Bebida afeta 56 mil famílias no estado - (Itapemirim, ES)

Itapemirim

Vício do álcool já fez 5 milhões perderem emprego no país, diz estudo - Vício

Vício Vício do álcool já fez 5 milhões perderem emprego no país, diz estudo

Mais de 12 milhões de pessoas no país já tiveram sua vida amorosa e familiar prejudicada pelo consumo de bebida alcoólica, segundo pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O estudo revela também outro dado dramático: 5 milhões de pessoas (5% dos adultos que bebem) já perderam emprego devido ao consumo de álcool.

Embora estatísticas regionais não tenham sido divulgadas, projetando-se os índices sobre a população do Espírito Santo, o universo de famílias afetadas pelo álcool é de 56 mil. Levando-se em consideração que cada uma delas possua pai, mãe e dois filhos, são mais de 200 mil pessoas atingidas no Estado.

A pesquisa da Unifesp foi realizada com 4.607 pessoas em 149 municípios brasileiros, entre os quais quatro capixabas: Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Conceição da Barra e Vila Velha. E, numa comparação com 2006, constatou que, nos últimos seis anos, a metade da população que consome bebida passou a beber mais e com maior frequência.

Houve aumento de 20% na proporção de bebedores frequentes (que bebem uma vez por semana ou mais): o índice subiu de 45% para 54%. Mas o aumento mais significativo deu-se entre mulheres – de 29% para 39%.

Doutora em Psiquiatria, a psicóloga pesquisadora da Unifesp Clarice Sandi Madruga diz que o álcool provoca uma tragédia silenciosa. “Enquanto 1% dos adultos brasileiros admite ter feito uso dessa droga no último ano, 50% afirmam ter consumido álcool no mesmo período”, diz, explicando que a dependência química ao álcool leva a perdas graduais na saúde, na família e no trabalho. “Com o crack, o comprometimento é bem mais rápido”, destaca.

Trabalho
Juiz da 10ª Vara do Trabalho de Vitória, Luiz Claudio Branco ressalta que a Justiça não aceita o alcoolismo como motivo para demissão, nem por justa causa, mas lembra que a embriaguez em serviço não é tolerada. Ele ressalta a obrigação social do patrão, que deve encaminhar o empregado para tratamento.

Clarice Madruga faz questão de lembrar que alcoolismo é uma síndrome. “Não significa apenas beber muito, mas o quanto o beber afeta a vida da pessoa”, comenta.
Na pesquisa da Unifesp, 32% dos adultos que bebem no Brasil – 21,8 milhões de pessoas – admitem já não terem sido capazes de conseguir parar de beber após a primeira dose.

Problema reflete-se na violência doméstica
Os “estragos” causados pelo uso abusivo e frequente de bebida alcoólica são visíveis no Núcleo Especializado em Promoção e Defesa dos Direitos Individuais e Coletivos da Mulher (Nudem), em Vitória, que registra, por dia, 30 queixas de vítimas de violência doméstica.

Na maioria desses casos, o agressor faz uso de álcool e outras drogas. “Muitos casos acontecem entre quinta e segunda-feira. Em algumas situações, tanto o agressor quanto a vítima fazem uso de álcool”, diz o coordenador titular do Nudem, Carlos Eduardo Rios do Amaral.

Embora a psicóloga Clarice Madruga esclareça que fatores sociais e predisposição genética estejam por trás do que leva alguém a se tornar mais vulnerável ao álcool e outras drogas, Rios do Amaral está certo de que a bebida alcoólica “é porta de entrada” para uso de outras substâncias psicoativas.

“Muitas pessoas têm migrado para o uso de crack, por exemplo”, diz o coordenador. Ele explica que agressores que fazem uso exclusivo de bebida alcoólica têm entre 35 e 55 anos.

A exemplo de Clarice Madruga, Rios do Amaral também diz preço baixo e fácil acesso à bebida favorecem o consumo excessivo. Ela também destaca a falta de restrição à publicidade e a baixa taxação do produto como estímulos.

Retrato da dependência

Excesso
A pesquisa mostra o aumento do ato de beber em “binge” (ingestão de quatro unidades de álcool para mulheres e de cinco unidades para homens, durante um curto período de tempo, de até duas horas). Entre 2006 e 2012, houve crescimento desse consumo de 45% para 59%. Mas o aumento maior foi observado entre mulheres

Nocivo: 6 doses por ocasião
Entre os ouvidos na pesquisa da Unifesp, 16% admitem consumir quantidades nocivas de álcool – seis doses ou mais; e 32% garantem beber moderadamente

Consumo elevado
Quase dois a cada dez dos bebedores (17% ou 11,7 milhões de pessoas) são definidos como usuários abusivos e/ou dependentes de álcool

Incapacidade
32% dos adultos que bebem – o que corresponde a 21,8 milhões de brasileiros – admitem não conseguir parar de beber depois da primeira dose

Consequência
10% (6,6 milhões) dizem que já se machucaram (inclusive durante acidentes de trânsito) em consequência do consumo de álcool

Agressão
Nas ocorrências de agressões físicas causadas por parceiros, 20% dos agressores haviam ingerido
bebida alcoólica

FONTE: Pesquisa Unifesp


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