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Doações ocultas: valor correspondeu a 31% do total arrecadad - (Presidente Kennedy, ES)

Presidente Kennedy

Doações ocultas: valor correspondeu a 31% do total arrecadado pelos eleitos - Campanha Eleitoral

Campanha Eleitoral Doações ocultas: valor correspondeu a 31% do total arrecadado pelos eleitos

Mais de R$ 6,3 milhões percorreram um longo caminho até chegar às mãos de prefeitos eleitos no Espírito Santo. São as chamadas doações ocultas, feitas aos candidatos por meio dos partidos ou comitês. Nas eleições de outubro, esse valor correspondeu a 31% do total arrecadado pelos eleitos para o Executivo municipal somados.

Com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Foram levados em conta 75 dos 78 municípios do Estado, uma vez que Guarapari e Pedro Canário ainda não têm prefeito eleito definido. Além disso, os dados sobre a prefeita eleita de Presidente Kennedy, Amanda Quinta (PTB), não estavam disponíveis no sistema do TSE.

Nas doações diretas, o nome da empresa ou da pessoa física que auxiliou financeiramente o candidato aparece na prestação de contas à Justiça.

Mas quando a doação é destinada ao partido, a sigla é obrigada a divulgar apenas quem doou à legenda e não como foi feita a divisão do dinheiro entre os candidatos. Assim, não é possível saber, nas doações indiretas, exatamente quais empresas beneficiaram determinado candidato.

No Estado, 53 prefeitos receberam doações ocultas. Percentualmente, o prefeito reeleito de Colatina, Leonardo Deptulski (PT), recebeu uma fatia oculta considerável. O petista recebeu R$ 320 mil do Comitê Financeiro Municipal Único, o que corresponde a 91% do total arrecadado.

Entre as doações recebidas pelo comitê estão R$ 20 mil da empresa Fibria. Ontem, Deptulski disse que não comentaria os dados por não tê-los em mãos.

Grande Vitória

Em valores absolutos, o prefeito eleito de Vila Velha, Rodney Miranda (DEM), e o da Serra, Audifax Barcelos (PSB), são destaques. Rodney recebeu R$ 2 milhões do DEM nacional e R$ 55 mil do estadual. O partido no Espírito Santo, por sua vez, recebeu R$ 60 mil da Flexibras Tubos Flexíveis.

Do R$ 1,9 milhão recebido por Audifax, R$ 1,3 milhão saiu do partido, seja das esferas nacional, estadual ou municipal. O PSB no Estado declarou ter recebido dinheiro do próprio diretório estadual, do nacional e de apenas uma empresa, novamente a Flexibras, que forneceu R$ 60 mil.

O prefeito eleito de Vitória, Luciano Rezende (PPS), recebeu R$ 1,5 milhão do comitê. Os recursos são do partido e das empresas Cotia Vitória, Cisa Trading e Tamasa Engenharia.

Por meio de assessoria, Rodney informou que prefere não comentar o assunto. A reportagem tentou contato com Audifax, mas ele não atendeu as ligações. Luciano estava em viagem para realizar uma palestra.

Acordo informal

O coordenador de controle interno do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Fábio Barbosa, lembra que o artifício da doação oculta pode ser utilizado para fazer uma doação direta parecer indireta. “A empresa faz a doação ao partido e o partido divide da maneira que quiser, pode até fazer um acordo informal entre empresas e partidos”, pontua.

O presidente estadual do PSB, Macaciel Breda, reconhece que o sistema atual não é o mais adequado. Ele defende o financiamento público de campanha. Mas o próprio dirigente diz que empresas doam ao partido para evitar que seus nomes sejam ligados diretamente aos candidatos.

“Há brechas para que determinadas doações não sejam bem explicadas, mas o sistema atual exige que seja assim”, afirma Macaciel.


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