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Palavra do Prefeito: O fim de uma jornada - (Alegre, ES)

Alegre

Palavra do Prefeito: O fim de uma jornada - Prefeitura de Alegre

Prefeitura de Alegre Palavra do Prefeito: O fim de uma jornada

Meus irmãos e minhas irmãs alegrenses.

Minha jornada na Prefeitura de Alegre está chegando ao fim. Há 8 anos atrás, entrei como vice-prefeito junto com o Dr. Djalma. Fizemos um grande trabalho de reconstrução desse município, que encontrava-se abandonado. Foram dias difíceis. Só quem participou conosco daquele momento sabe do nosso esforço para reconstruir o que estava destruído, pagar todas as contas, acertar o salário dos funcionários e, enfim, ter condições de voltar a investir no município. Durante todo este tempo, eu, como vice-prefeito, fui um parceiro FIEL da administração. Jamais questionei, jamais coloquei dificuldades, mesmo nas ocasiões em que não concordava com certas atitudes. Foram 6 anos de muitos desafios.

Quando assumi o governo, com a renúncia do Dr. Djalma, assumi também em um momento delicado. A situação do município não era a mesma de 2005, mas encontramos problemas. Nossa arrecadação estava em baixa, as empresas que estavam instaladas em Alegre para construir usinas hidrelétricas e estradas tinham ido embora, e os gastos da Prefeitura continuavam os mesmos. Tivemos que agir e trabalhar no sentido de economizar ao máximo, e ao mesmo tempo manter os serviços públicos de forma satisfatória e ainda fazer investimentos e obras para o cidadão. Ainda veio o problema da chuva que assolou o nosso município no verão de 2011. Vivemos momentos difíceis, e ao meu lado eu não tinha um vice-prefeito que me apoiava. Mas eu tinha ao meu lado os fiéis secretários; eu tinha minha família; e eu tinha os servidores públicos da prefeitura, que não mediram esforços para fazer o seu melhor. A todos vocês, o meu muito obrigado – mais uma vez.

Deixo a prefeitura com a sensação e a certeza do dever cumprido. A casa está em ordem. Não temos dívidas a pagar, temos investimentos para chegar, temos obras a terminar. O Jardim de Infância Ruth Alice, por exemplo. Quando assumi o governo, vocês lembram como ele estava? Um esqueleto de ruínas, completamente abandonado. E é bastante provável que meu sucessor irá inaugurá-lo logo do início do ano que vem, antes de iniciarem as aulas. Na saúde, temos uma Unidade Básica novinha em folha já funcionando na Vila do Sul. Quando assumi, o que encontrei? Encontrei unidades de saúde e PSFs caindo aos pedaços. Eu reformei todas! Ainda na educação, consegui reformar quase todas as escolas do município, porque a situação que encontrei era desanimadora. Mesmo com dificuldades, levamos o programa da internet gratuita para os distritos.

Eu sei que poderia ter feito mais. Poderíamos ter feito muito mais. No entanto, as dificuldades financeiras e os problemas que enfrentamos neste período foram determinantes para que meu governo não fosse melhor. Mas como eu já disse: minha sensação é de dever cumprido e estou convicto de que estou deixando a casa em ordem para o meu sucessor. Espero e torço para que ele tenha sucesso, porque Alegre merece. O povo de Alegre merece governantes sérios, responsáveis e comprometidos. Nós vivemos um período de trevas até 2005, e nosso povo não merece e não quer retroceder.

Esta eleição me ensinou algumas lições. A primeira delas é que não posso e não devo esperar fidelidade de quem sempre eu fui fiel. Me decepcionei com alguns companheiros, ou melhor, com alguns que se diziam companheiros, mas que na verdade estavam apenas usufruindo de uma situação para ter benefício próprio. Naturalmente eu entendo que vivemos numa democracia, e as pessoas tem total direito de escolher um lado no processo eleitoral. No entanto, eu não esperava que estas pessoas, que sempre estiveram do meu lado, usassem de recursos tão baixos e covardes para me atingir, atingir minha administração, atingir meus amigos e até mesmo a minha família. Mas eu digo a vocês: nada como um dia depois do outro.

Nessa eleição, enfrentamos adversários poderosos. Enfrentamos 5 ex-prefeitos, enfrentamos ex-governador, enfrentamos deputados federais, senadores... E enfrentamos ainda adversários das sombras. Enfrentamos a mentira, a covardia das cartas anônimas, os ataques pessoais e diretos. Na internet, enfrentamos o anonimato e as acusações sem fundamento. Enfrentamos a poderosa imprensa. E, o principal de todos, enfrentamos o dinheiro! E, apesar disso tudo, apesar de tudo que enfrentamos nesse processo eleitoral, perdemos por apenas 49 votos! Nosso sentimento de frustração pela diferença tão pequena se transforma em sentimento de alegria, porque tenho ao meu lado metade do povo do Alegre. Apesar de todas nossas dificuldades, de todos os nossos problemas, 9.206 alegrenses confiaram em nosso trabalho e depositaram mais um voto de confiança para que continuássemos a frente da Prefeitura.

Sou um democrata. Respeito e acredito nas nossas instituições. Mas tenho a absoluta certeza de que, desta vez, o resultado das urnas não foi reflexo direto do que o povo queria. Talvez só o futuro nos dirá se estou certo ou errado...

Vou terminar minha fala de hoje com palavras de Carlos Drummond de Andrade. O poeta e escritor, um dos maiores gênios da nossa literatura, escreveu um artigo para o Jornal do Brasil após a derrota do Brasil para a Itália na copa de 1982, sobre o “ganhar e perder”. Escreveu ele:

“Chego à conclusão de que a derrota, para a qual nunca estamos preparados, de tanto não a desejarmos nem a admitirmos previamente, é afinal instrumento de renovação da vida. Se uma sucessão de derrotas é arrasadora, também a sucessão constante de vitórias traz consigo o germe de apodrecimento das vontades, que inutiliza o indivíduo e a comunidade atuantes. Perder implica remoção de detritos: começar de novo.

Perdendo, após o emocionalismo das lágrimas, readquirimos ou adquirimos, na maioria das cabeças, o senso da moderação, do real contraditório, mas rico de possibilidades, a verdadeira dimensão da vida. Não somos invencíveis. Também não somos uns pobres diabos que jamais atingirão a grandeza, este valor tão relativo, com tendência a evaporar-se. Eu gostaria de passar a mão na cabeça de cada eleitor e dizer-lhes, com esse gesto, o que em palavras seria enfático e meio bobo. Mas o gesto vale por tudo, e bem o compreendemos em sua doçura solidária. A eleição acabou para nós, mas o mundo não acabou. Nem o Alegre, com suas dores e bens. E há um lindo sol lá fora, o sol de nós todos."

Eu desejo ao novo prefeito muito sucesso em seu governo e me coloco a disposição do cidadão alegrense sempre que necessário. Parabenizo ainda os vereadores eleitos e desejo a eles muita serenidade nas decisões.

Mais uma vez, o meu muito obrigado a todos que votaram, trabalharam, sofreram, torceram e choraram conosco. Deus sabe o que faz, e estejam certos de que seremos recompensados. Um grande abraço e até a próxima!

José Guilherme Gonçalves Aguilar
Prefeito Municipal de Alegre
10/10/2012


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