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Produtor saiba como evitar casos de Peste Suína Clássica - Homem do campo

Homem do campo Produtor saiba como evitar casos de Peste Suína Clássica

No final do ano de 2018, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmou diversos casos de Peste Suína Clássica (PSC) no Ceará. A doença, uma enfermidade altamente contagiosa, causada por ação viral e que pode matar os animais, não é registrada no Espírito Santo desde 1984.

Com o intuito que a doença não retorne ao estado, o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf) orienta os criadores e as granjas capixabas para que continuem realizando todas as normas de biosseguridade necessárias.

A biosseguridade se refere à aplicação de normas e procedimentos técnicos utilizados na prevenção da introdução de doenças infecciosas em qualquer local de produção. A utilização eprática eficiente desses conceitos requer a identificação de todas as possíveis vias de transmissão das doenças, sendo fundamental ainda contar com controles sanitários, que podem ser: restrição de trânsito de pessoas (visitas), planos de lavagem e desinfecção de instalações e veículos, programação de vacinação, quarentena de animais, banho e trocas de roupa (ou uso de roupas descartáveis) por colaboradores e visitantes e destinação correta de resíduos (dejetos) e animais mortos.

Para a médica-veterinária Luciana Zetun, responsável pelo Programa de Sanidade dos Suídeos no Idaf, alguns cuidados básicos são necessários para que os produtores mantenham o Espírito Santo como área livre da PSC.

"Na hora da compra, é preciso atentar para adquirir apenas animais reprodutores das granjas que possuam a certificação de Granja de Reprodutores Suínos Certificada (GRSC). O controle e fluxo de pessoas e veículos dentro das propriedades também devem ser registrados, respeitando sempre as normas de biosseguridade. Além disso, outro fator muito importante é o controle da qualidade dos ingredientes da ração fornecida e não dar restos de comida, que podem carrear o vírus", explicou Luciana.

No Espírito Santo atualmente estão instaladas, 68 granjas comerciais com aproximadamente 120 mil animais, além de 2.380 criatórios com quase 28 mil suínos cadastrados junto ao Instituto. Os municípios capixabas com maior produção de suínos são Cachoeiro de Itapemirim, Viana e Vargem Alta concentrando cerca de 65% dos animais capixabas.


Precauções

Segundo Luciana Zetun, todos esses cuidados servem apenas como precaução, afinal o Espírito Santo é reconhecido internacionalmente como um dos estados brasileiros livres da Peste Suína Clássica pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE).

A zona livre de PSC no Brasil concentra mais de 95% de toda a indústria suinícola brasileira. Toda a exportação de suínos e seus produtos são oriundos dessa zona, integrada pelo Distrito Federal e 15 estados (RS, SC, PR, MG, SP, MS, MT, GO, RJ, ES, BA, SE, TO, RO e AC). Nessas áreas a última ocorrência detectada de PSC foi em janeiro de 1998.

De acordo com a médica-veterinária, os produtores capixabas não devem entrar em pânico, apenas ficarem mais atentos no trato e compra dos animais.

"A confirmação desses casos no Ceará não devem criar pânico entre os criadores e na população, mas devem servir como um alerta sobre a importância de manter sempre os cuidados com a bioseguridade", finalizou Luciana Zetun.


Peste suína clássica

De acordo com o Incaper, a peste suína clássica é uma enfermidade contagiosa causada por vírus e tem notificação compulsória para a OIE. Provoca febre alta, manchas avermelhadas pelo corpo, paralisia nas patas traseiras, dificuldades respiratórias e pode levar à morte do animal, principalmente os leitões.

A doença causa sérios prejuízos pela facilidade de disseminação e alto índice de mortalidade. A PSC não é uma zoonose, ou seja, não é transmitida para os seres humanos.

Ao perceber qualquer um dos sintomas descritos acima, bem como o aumento da mortalidade no plantel, o Idaf deve ser imediatamente notificado.

Além disso, todo produtor que têm suínos, mesmo as criações caseiras, devem possuir cadastro no Instituto para melhorar o controle e a vigilância da doença no Estado.


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