Aracruz

Trabalhadores passam mal novamente no navio Sepetiba Bay - Portocel

Portocel Trabalhadores passam mal novamente no navio Sepetiba Bay

Na manhã desta segunda-feira (6) dois trabalhadores passaram mal enquanto faziam a descarga de madeira do navio Sepetiba Bay, atracado no Portocel, em Aracruz, no Norte do Espírito Santo. O navio é o mesmo onde faleceram três trabalhadores no dia 24 de julho. A causa das mortes ainda não foi descoberta, e as principais suspeitas são inalação de gás tóxico ou falta de oxigênio. O navio que se encontrava interditado desde a fatalidade, foi liberado apenas nesta sexta-feira (3) para continuar a descarga.

A informação do incidente foi divulgada pelo Sindicato da Orla Portuária e confirmado pelo Porto. A causa das indisposições será investigada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT-ES).

De acordo com Ernani Pereira Pinto, presidente do Sindicato Unificado da Orla Portuária (Suport-ES), os trabalhadores que passaram mal disseram ter sentido um forte cheiro de ovo podre no porão do navio. "De imediato, eles perguntaram a quem estava no porão se sentiram algum cheiro e os outros trabalhadores disseram que não. No entanto, quando engataram outra lingada, usada no transporte de carga por guindaste, sentiram novamente o cheiro. Um deles se afastou para o meio do porão e relatou que não estava se sentindo bem e ficou tonto" disse Pinto.

Ainda segundo o presidente, quando os trabalhadores sentiram o forte cheiro, colocaram as máscaras e passaram a utilizar o oxigênio do cilindro. O socorro foi chamado de imediato, e os trabalhadores foram resgatados via gaiola e conduzidos para o ambulatório.

Para Alcimar Candeias, superintendente da Superintendência Regional do Ministério do Trabalho no Espírito Santo, a autarquia não teve conhecimento aprofundado dos casos, mas que irão apurar e anexar a investigação da morte dos trabalhadores portuários.

"O sindicato nos relatou que os trabalhadores estavam com medo de estar no porão do navio. Por isso, não sabemos se isso foi fruto de uma intoxicação ou se foi pelo aspecto psicológico, por conta da situação anterior que eles se sentiram mal", informou Candeias.

Depois do ocorrido, bombeiros e equipe médica da Portocel estiveram no local e fizeram novamente a medição de oxigênio no porão, onde não foi constatada nenhuma irregularidade.

Após o acidente fatal de 24 de julho, novas medidas de segurança foram adotadas para atuação em espaço confinado, com a prática da Norma Reguladora 33 (NR-33). Sobre os novos treinamentos, Carlos Alberto Amorim, diretor social do Sindicato dos Estivadores falou: "Os trabalhadores passaram por treinamento para atuação em espaço confinado. O navio passou por medicação de oxigênio e não tinha falta de oxigênio. Acreditamos que o cheiro de ovo podre pode ter vindo da fábrica de celulose".

Em nota a Portocel informou que os trabalhadores envolvidos nas operações de carga e descarga podem interromper o trabalho quando sentirem qualquer indisposição. "Dois deles fizeram isso na manhã desta segunda-feira, sendo prontamente atendidos, e imediatamente efetuada nova medição no navio, não tendo sido constatada presença de gás ou situação de risco", diz a nota.

Informou ainda que, depois da indisposição de segunda-feira, a operação de descarregamento de madeira no navio Sepetiba Bay transcorre normalmente, seguindo o protocolo de segurança alinhado junto aos órgãos competentes.
"A operação de descarregamento do navio Sepetiba Bay continua normalmente, com todos os trabalhadores portando os equipamentos de proteção individuais adicionais estabelecidos: equipamentos de medição dos níveis de oxigênio, máscaras e cilindros de oxigênio, entre outras providências", finalizou a nota.


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