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Produção de filmes no ES passa por boa fase - (Muqui, ES)

Muqui

Produção de filmes no estado passa por boa fase, dizem realizadores - Cinema capixaba

Cinema capixaba Produção de filmes no estado passa por boa fase, dizem realizadores

Atores Markus Konká, Lorena Lima e Paulo Roque, no longa-metragem Entreturnos

Uma safra relativamente nova de realizadores vem se destacando no meio audiovisual do Espírito Santo, com as suas produções vistas, elogiadas e premiadas fora das fronteiras do Estado. São pessoas com perfis distintos, de várias idades, que experimentam diferentes linguagens, em gêneros diversos – do documentário ao terror.

Com quatro curtas na bagagem, Edson Ferreira está filmando seu primeiro longa, "Entreturnos", que pretende exibir no circuito comercial de 2013. Além dele, o premiado diretor de terror Rodrigo Aragão, de "Mangue Negro" (2008) e "A Noite dos Chupacabras" (2011), já rodou metade do filme que encerra a trilogia: "Mar Negro".

Entre os destaques, está também "As Horas Vulgares" (2011), filme de Vitor Graize e Rodrigo de Oliveira, exibido em diversos festivais do país e que será exibido na Cinemateca Brasileira (SP), dia 21 de setembro. De Cachoeiro de Itapemirim, Diego Zon exibiu o curta "Os Lados da Rua" (2012) em uma mostra paralela do Festival de Cannes, na França, em maio. No mês seguinte, foi premiado no 22º Cine Ceará.

Para explicar o que tem favorecido a produção audiovisual do Estado, todos esses realizadores citados são unânimes ao afirmar que a facilidade de acesso aos recursos de produção, sobretudo equipamentos mais baratos e com qualidade profissional, é determinante. Fora as leis de incentivo e os editais. "Entreturnos" e "As Horas Vulgares", por exemplo, foram contemplados com o edital de longa-metragem da Secretaria de Estado da Cultura (Secult) e receberam, cada um, R$ 500 mil para filmar.

Codiretor de "As Horas Vulgares", Rodrigo de Oliveira acrescenta que há a possibilidade de ser filmes, de todo tipo, de maneira mais qualificada, por meio de cursos de audiovisual ou por conta própria, em cineclubes ou baixando pela internet. "Isso permite o acesso a um tipo de cinematografia que, dez anos atrás, só viajando ou comprando DVD importado e caro. Não existe crescimento de cinematografia local sem crescimento da cinefilia."

Rodrigo Aragão destaca a importância dos festivais, que têm aberto muitas portas pelo país afora. "Faço uma produção muito de fatia e circulo muito por esse segmento. O terror, o cinema de gênero de modo geral está crescendo no Brasil. Isso se deve muito a algo que também está rolando aqui no Espírito Santo: jovens produzindo com uma liberdade incrível."

"A gente faz filmes pensando no público, não em prêmios", acrescenta Diego Zon. Mesmo morando no interior, o que dificulta o acesso a muitos recursos (mas não impossibilita), ele crê que a soma de bons profissionais permite superar as barreiras. "A nova geração está muito preocupada em realizar boas obras, mais bem cuidadas."

Apesar disso, a produção local ainda não é tão conhecida lá fora como os realizadores gostariam. E pior: nem dentro do próprio Estado. "Fora daqui, as pessoas gostam de nossas produções, mas ainda conhecem pouco o nosso cinema. Nem o próprio capixaba se interessa em conhecer o que temos", ressalta Diego.

Se conseguir emplacar "Entreturnos" no circuito comercial, Edson poderá mudar esse contexto, principalmente contando com um elenco que traz rostos conhecidos, como Luis Miranda e Milhem Cortaz.

Rodrigo de Oliveira diz que a produção local não deve à de outros Estados com estrutura semelhante à do Espírito Santo e atribui isso não só ao apoio financeiro público, mas à superação de uma geração que "engessava" o olhar do cinema local. "Isso começou com Macabeia (2000), de Erly Vieira Jr, explodiu com No Princípio Era o Verbo (2005), de Virginia Jorge, e hoje está disseminado por diversos grupos. Há um sentimento real de geração, e isso é muito valoroso."

Reforço de políticas públicas 
Subsecretário de Estado da Cultura, Erlon Paschoal afirma que as políticas públicas de cultura devem fortalecer ainda mais essa cadeia produtiva. Segundo ele, em 2011, a Secult investiu cerca de R$ 3,1 milhões entre editais de incentivo à atividade audiovisual, oficinas e mostras, entre outras ações. "Neste ano, estão sendo investidos mais de R$ 3 milhões, com destaque para o terceiro edital de longa-metragem."

Produções em destaque 
As Horas Vulgares
Primeiro longa realizado por meio do edital da Secult, o filme (acima) é adaptado de “Reino dos Medas”, romance de estreia de Reinaldo Santos Neves, e já foi exibido em diversos festivais de cinema do país e recebeu várias críticas positivas.

O Palhaço Menino
Realizado pelo Grupo Cultural ETC, coletivo de jovens da cidade de Muqui, o documentário foi exibido pelo Canal Futura em abril. Dirigida por Leonardo Alves, a produção, que investiga as origens da Folia de Reis, foi gravada no Estado, em Minas Gerais e em Portugal.

Stuffed
O curta de Gabby Egito, que hoje mora em Los Angeles, foi premiado em dois festivais nos EUA. Primeiro como Melhor Curta, no Los Angeles Brazilian Film Festival, depois por Melhor Curta Estrangeiro no Festival de Filmes de Las Vegas.

A Noite do Chupacabras
Segundo longa de Rodrigo Aragão, o filme de terror (acima) já foi exibido em todos os países da América Latina. No mês passado, voltou ao México e foi lançado na Inglaterra e na Alemanha. O diretor está negociando agora lançamentos no Japão e na Espanha.

Entreturnos
Contemplado pelo edital da Secult, o primeiro longa do diretor Edson Ferreira, pretende retratar, de modo realista e contemporâeno, o cotidiano da periferia capixaba, trabalhando questões sociais e morais com foco nos valores da classe operária.

Os Lados da Rua
O curta (acima), de Diego Zon, foi selecionado para a mostra paralela do Festival de Cannes, na França, em maio. Em junho, ganhou prêmio de melhor curta no 22º Cine Ceará. Filmada em Muqui, a produção também foi realizada com apoio de edital da Secult.


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