Espírito Santo

ES tem 2ª maior proporção de homicídios de jovens no Brasil - Pesquisa

Pesquisa ES tem 2ª maior proporção de homicídios de jovens no Brasil

De acordo com a pesquisa, 23,8% dos homicídios cometidos no estado em 2016 vitimaram menores de 19 anos de idade. No Brasil, a taxa é de 18,4%.

O Espírito Santo é o segundo estado mais violento do Brasil para crianças e jovens de até 19 anos, segundo estudo divulgado pela Fundação Abrinq nesta terça-feira (24).

De acordo com a pesquisa, 23,8% dos homicídios cometidos no estado em 2016 vitimaram menores de 19 anos de idade. Apenas o estado do Amapá fica na frente, com 26,6%. No Brasil, a taxa é de 18,4%.

Os outros piores índices são de Alagoas (23,7%), Distrito Federal (22%), Acre (21,9%) e Bahia (21,2%). Rondônia é o estado com o melhor índice, apenas 10,8% dos homicídios de 2016 foram entre menores de 19 anos.

No Espírito Santo, a cada 100 mil habitantes, 23,7 crianças e jovens foram vítimas de homicídio. A taxa também é maior que a média brasileira, que é de 15,7.

Em 20 anos, o crescimento do número de homicídios contra essa parte da população cresceu aproximadamente 75% no Estado. Se comparado ao ano de 1990, quando o número de crimes desse tipo foi 97, o crescimento foi de cerca de 207%.

Entretanto, o número referente a 2016 é o menor desde 2003, quando foram registrados 290 crimes desse tipo contra vítimas dessa etária.

Homicídios segundo cor e raça
O estudo também aborda o número de crimes contra crianças e adolescentes levando em consideração quesitos como cor, raça e sexo.

Dos 298 homicídios em 2016, a maioria, 218, foram cometidos contra crianças e jovens de cor parda. Negros totalizaram 35 vítimas. Já as vítimas classificadas como brancas foram 21 em 2016.

Se comparados com os dados de 1997, os homicídios contra crianças e jovens pardos aumentou cinco vezes. Já os crimes desse tipo contra negros mais que triplicou.

Estupro
Com relação ao número de casos notificados de estupro contra crianças e adolescentes, os dados mais recentes são de 2014. Naquele ano, foram 226 crimes desse tipo contra jovens de 0 a 19 anos. A maior parte das vítimas tinha entre 10 e 14 anos.

Entre 2011 e 2014, os casos de estupro cresceram cerca de 169%, passando de 84 para 226.

Retrato da Infância no Brasil
  • 40,2% vivem em situação de pobreza
  • Quase 4 milhões moram em favelas
  • 17,5% das adolescentes já são mães
  • 1/3 dos bebês não tiveram pré-natal adequado
  • 2,5 milhões de crianças trabalham
  • 12,5% têm altura baixa para a idade
  • 15% dos alunos abandonaram o Ensino Médio
  • 20% das vítimas de homicídios tinham até 19 anos
Pesquisa
Esta edição do Cenário da Infância e da Adolescência no Brasil reúne mais de 20 indicadores sociais relacionados às crianças e adolescentes, como mortalidade, nutrição, gravidez na adolescência, cobertura de creche, escolaridade, trabalho infantil, saneamento básico, acesso a equipamentos de cultura e lazer, violência, entre outros.

Desta vez, os indicadores foram relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas, compromisso global do qual o Brasil é signatário para a promoção de desenvolvimento justo, inclusivo e sustentável até 2030.

Governo
Apesar da posição ocupada pelo Espírito Santo em relação às outras capitais, o secretário de Segurança Pública do Estado, Nylton Rodrigues, destacou que o índice de 2016 apresentou redução de 31% em relação a 2014, e que o número de homicídios de jovens veio caindo há pelo menos 10 anos.

"Em 2016, o próprio estudo aponta que foram registrado 298 casos de jovens até 19 anos. Este número é o menor dos últimos 10 anos. Isso nos leva a entender de que estamos com uma tendência de redução", disse.

Para o secretário, o resultado é fruto da combinação entre a ação policial e social exercida pelo Estado.

"Atuamos em duas esferas: policial e social. Principalmente nos bairros onde temos maiores indicadores. Temos o projeto Ocupação Social, que atende 25 bairros. Dentro desses, tivemos redução de 2014 a 2016 de 42% nos homicídios. O projeto tem dois grandes objetivos: fazer a criança e a adolescente retornar para a escola; e gerar oportunidades para nossos adolescentes e jovens", disse.

Ainda de acordo com o secretário, a meta do governo é fazer com que as reduções aconteçam ano a ano.


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