Linhares

Pescadores do Norte do ES reivindicam indenização após lama - Samarco

Samarco Pescadores do Norte do ES reivindicam indenização após lama

Pescadores afetados pela lama de rejeitos que atingiu o Rio Doce após o rompimento da barragem de Mariana, em Minas Gerais, protestaram em frente à Fundação Renova, em Linhares, no Norte do Espírito, nesta terça-feira (24). Eles reivindicam o pagamento de indenização, que, segundo eles, ainda não foi feito.

Com cartazes e faixas, os manifestantes foram para a porta da Fundação Renova, instituição criada para reparar os danos causados pelo rompimento da barragem.

"Eles pagam um, pagam outro, e deixam o resto do pessoal em conflito. Porque eles dão cartão para um, indenização para outro e não dão para todos", disse o presidente da colônia de pescadores de Linhares, Milton Jorge.

Segundo ele, cerca de 300 pescadores de Linhares não foram ressarcidos pela Fundação Renova.

A pescadora Maria da Conceição, que sempre viveu da pesca, contou que fez o cadastro, mas ainda não recebeu nada. "Fiz, mas não recebi ainda. Nada. Eles falam que vão chamar, e vão enrolando", disse.

Gildete Maria dos Santos tem a carteirinha de pescadora. Mas, sem indenização e proibida de pescar por conta da situação do rio, ela não sabe mais como fazer para pagar as contas. "Meus filhos sempre me ajudam, meu marido recebe aposentadoria. Estamos vivendo com isso", disse.

Os pescadores reclamam também que falta o reconhecimento daqueles que não têm registro. "A Fundação renova não quer reconhecer de jeito nenhum. A gente não sabe por qual motivo", disse a pescadora Eliana Natallia.

Um outro grupo de manifestantes foi até o Centro de Linhares, onde há um outro escritório da Renova. Além de pescadores, moradores e comerciantes protestam que mais de 50% da comunidade de Povoação não receberam nenhum tipo de indenização.

"Eles tiraram o direito de tomar uma água no rio, de comer um peixe, ter lazer. Como fica a nossa situação", protestou Jocenilson Cirilo, que é presidente da associação de moradores de povoação

Outro lado

A Fundação Renova informou que 6.520 pescadores no Espírito Santo e Minas Gerais já foram reconhecidos como tendo direito ao auxílio financeiro emergencial ou ao programa de indenização mediada.

A instituição disse que, ao todo, já foram desembolsados R$ 425 milhões entre indenizações e auxílio financeiro para esta categoria. A fundação disse que vem redobrando esforço de tentativa de diálogo com os pescadores.

"Para acelerar a análise dos processos, no início de 2018 foram implementadas diversas medidas para eliminar gargalos e reduzir os prazos. Como resultado, entre 12 de março e 18 de abril, o número de acordos fechados passou de 3.308 para 4.278", acrescenta a nota.

A instituição também informou que vem redobrando esforços em tentativas de diálogo com as lideranças de pescadores.


Tags:



Publicidade