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Aeroporto de Vitória: Até que enfim pronto e inaugurado - A demora custou caro

A demora custou caro Aeroporto de Vitória: Até que enfim pronto e inaugurado

   

Depois de 16 anos de espera desde o primeiro anúncio, o novo aeroporto de Vitória foi inaugurado nesta quinta-feira (29). A demora custou mais caro para o cidadão - o gasto final com a obra foi de mais de R$ 559 milhões, diferente dos R$ 200 milhões anunciados em 2002.

A obra é de responsabilidade do governo federal, através da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). A promessa de conclusão das obras foi feita por quatro presidentes diferentes, que em várias visitas ao Espírito Santo garantiram a conclusão das obras.

A abertura para o público vai acontecer às 0h desta sexta-feira (30). O primeiro voo está programado para acontecer nas novas instalações às 5h45 para o Rio de Janeiro.

Se não considerarmos a correção monetária, o aumento foi de aproximadamente R$ 359 milhões, mais que o dobro do valor. Em 2002, o então diretor financeiro da Infraero informou que a obra custaria R$ 200 milhões e seria finalizada três anos depois, em 2005.

Mas como vimos, não foi a realidade de quem esperava por um aeroporto maior. As obras começaram efetivamente em 2005 e foram paralisadas após o Tribunal de Contas da União (TCU) apontar irregularidades na obra, entre elas o superfaturamento e a ausência de projetos de engenharia.

Na época, o TCU recomendou que o repasse de verbas para o aeroporto de Vitória fosse suspenso. De acordo com o relatório do órgão, os preços contratados estavam 20% acima do valor de mercado.

Somente 10 anos depois, em 2015, as obras retomaram. O professor de Direito Administrativo da FDV e especialista em Gestão Pública, Anderson Pedra, apontou a falta de um bom planejamento como um dos motivos pela demora na construção do novo aeroporto.

"Os projetos básicos, que antecedem qualquer obra pública, devem vir muito bem detalhados, com a descrição de quais riscos podem influir em uma obra. Quando são mal elaborados ou quando a licitação é mal feita pode interferir em diversas situações, como a interferência do Tribunal de Contas, que no caso do aeroporto de Vitória acarretou na paralisação da obra por conta de indícios de superfaturamento", explicou o professor.

Pedra afirmou ainda que o atraso em uma obra tanto tempo acima do planejado custa mais no bolso do cidadão. "Toda obra parada tem um custo de manutenção, seja de vigilância, seja de manutenção para aquilo que foi feito não se perder, seja de deterioração. Nesse tempo, alguns serviços podem se perder, as ferragens ficam expostas, que já foram feitos e pagos podem se perder. Esse custo quem paga é sempre o cidadão", pontuou.

Segundo o professor, a demora na conclusão das obras quebra as expectativas do cidadão em relação ao crescimento. "Além de um gasto maior, a demora na prestação de qualquer política pública impede o aquecimento, o crescimento econômico de um local. Um aeroporto maior a gente tem uma expectativa de receber maior quantidade de voos e de negócios e nós temos, por outro lado, o não crescimento econômico pelo desenvolvimento viário aéreo", completou Pedra.

  • CAPACIDADE: A capacidade de receber passageiros aumentou em 154%, de 3,3 milhões por ano para 8,4 milhões por ano. 
  • PISTA DE POUSO E DECOLAGEM: Outra alteração é a pista de pouso e decolagem que mudou de 1,75 km de comprimento por 45 m de largura para 2 km de comprimento e 45 m de largura.     

A antiga pista será mantida para dias de fortes chuvas na capital. Isso porque a nova pista não possui ILS, um sistema de antenas que emitem sinais de rádio e que permitem que o piloto se aproxime mais da pista mesmo sem boa visibilidade. O equipamento custou cerca de R$ 3 milhões e passou a funcionar no aeroporto em 2014.

Na nova pista, os aviões vão chegar pela Praia de Camburi e vão sair em direção à Serra, virando à direita. 

Veja o vídeo abaixo do primeiro pouso na pista.




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