Vitória

Câmara debate sobre Reta da Penha e Parque Tecnológico - PDU

PDU Câmara debate sobre Reta da Penha e Parque Tecnológico

Com o objetivo de esclarecer alguns pontos do Plano Diretor Urbano (PL 290/2017), os vereadores ouviram, nesta segunda-feira (26/03), representantes da sociedade civil e do empresariado local sobre temas como o coeficiente de construção na Reta da Penha e o uso da área do Parque Tecnológico.

O arquiteto Kennedy Vianna se manifestou sobre a emenda que determina o coeficiente de construção na Reta da Penha. Ele acredita que a qualidade do projeto arquitetônico diminui muito se não se preservar a visibilidade dos morros. "Porém, com um limite baixo, as construções ficam ruins, e o que se resulta disso é que os terrenos viram galpões. Na proposta que defendemos, pegamos uma taxa de coeficiente e concentramos numa área de 20%. Há um incentivo à qualificação e à atividade econômica e se preserva a visada dos morros", defendeu.

O representante do grupo de trabalho Paisagem Capixaba, Maria das Dores Perim, considera que a paisagem é importante para a qualidade de vida dos cidadãos. "Essa temática infelizmente não faz parte de nossa formação e é muito complexa. A paisagem é um elemento cultural e deve ser protegido. Se não o fizermos, vamos complicar a questão da ventilação, do conforto térmico, a estética da Cidade", disse.

Ela defendeu que se mantivesse a primeira proposta que, segundo ela, foi defendida pela sociedade em todas as instâncias, sendo que a última não passou pela instância comunitária. Entretanto, o vereador Davi Esmael lembrou que as propostas foram debatidas em diversas audiências. Maria do Carmo se disponibilizou a entregar um estudo sobre as visadas para o vereador.

O Professor Reinaldo Centoducatte, reitor da UFES, apresentou seu ponto de vista sobre o parque tecnológico. Ele comparou os parques tecnológicos do país, a área e o número de empregos gerados em cada um. "Temos um espaço em Vitória para sediar o primeiro parque tecnológico do Estado. A área tem três glebas; uma delas está em litígio judicial, a outra está sem documentações, então sem possibilidade de uso, e a outra tem somente 55 mil m². Se o parque não tiver como começar sua implantação com o mínimo de espaço para suas edificações, nós não teremos um parque tecnológico. Podemos com nossas diferenças políticas, ideológicas, partidárias, trabalhar para um benefício comum", afirmou.

Leonardo Dadalto esclareceu que o uso misto do parque tecnológico, segundo ele, pertence à terceira geração, que incluem serviços e residência. "O de segunda geração, que é uso tecnológico e serviços, está sendo abandonado. O de terceira geração reduz 8% do trânsito. Trocar um parque moderno, de terceira geração, pelo de segunda, será um desastre. Se essa proposta passar, o terreno provavelmente ficará vazio pelos próximos dez anos", ressaltou.

O vereador Denninho Silva (PPS) esclareceu que ouviu a comunidade de Goiabeiras que votou a favor da proposta de uso misto. "O Parque tecnológico em Goiabeiras é um sonho. A melhor forma de atender os anseios da Cidade e da comunidade é aumentando o coeficiente do parque. Ninguém está tirando o espaço da tecnologia, mas queremos espaço para residência. Se não tiver residência, à noite, as pessoas vão embora e a comunidade vai virar uma cidade fantasma", afirmou.

Davi Esmael (PSB) lembrou que não há parque tecnológico sem empresas de tecnologia ou sem terreno para que elas sejam instaladas. "É condição imprescindível que se estabeleça diálogo entre as partes. Sem diálogo, isso não sairá do papel. Que saiamos daqui cientes de que é inevitável o diálogo", reforçou.

O vereador Roberto Martins (PTB) pontuou que, mesmo que o parque tecnológico seja exclusivo para tecnologia, ele está instalado numa área cercada por moradias. "Acho que se criou um axioma falso sobre essa questão de segunda e terceira geração e se vendeu muita ilusão nesse parque tecnológico sem se ter uma garantia que ele venha a se realizar", ponderou.

Encerrando a reunião, o presidente lembrou que a votação do PDU será amanhã, às 13 horas. "Temos um futuro para ser decidido amanhã nessa votação e é essa a função do Parlamento, debater essas questões. A função democrática da Câmara foi executada", concluiu.

Além do presidente, Vinicius Simões (PPS), estiveram presentes os vereadores: Cleber Felix (PROG), Dalto Neves (PTB), Davi Esmael (PSB), Denninho Silva (PPS), Leonil (PPS), Luiz Paulo Amorim (PV), Mazinho dos Anjos (PSD), Nathan Medeiros (PSB), Neuzinha de Oliveira (PSDB), Roberto Martins (PTB), Sandro Parrini (PDT) e Wanderson Marinho (PSC).





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