Cachoeiro de Itapemirim

Nova espécie de peixe preocupa ambientalistas - Rio Itapemirim

Rio Itapemirim Nova espécie de peixe preocupa ambientalistas

Uma espécie de peixe que nunca foi comum no Rio Itapemirim, na região Sul do Espírito Santo, passou a ser encontrada como maior frequência e preocupa ambientalistas. O tucunaré tigre, original da América Central, é carnívoro e pode provocar desequilíbrio ecológico nas águas do principal rio da região capixaba.

Segundo o biólogo Junior Altair, o parochromis managuens, é um peixe de característica agressiva. Tem boa carne, pouca espinha, porém, sua criação é proibida no Brasil. "É um peixe predador e que cresce rápido, diferente das espécies comuns do rio, que têm uma reprodução um pouco mais lenta".

"Ela pode acabar com as espécies que aqui existem. Então, é uma preocupação muito grande porque o rio já tem 15 espécies invasoras", comentou Dalva Ringuier, da diretoria da Associação dos Amigos da Bacia do Rio Itapemirim (AABRI).

A aparição da espécie no Rio Itapemirim é desconhecida, mas o biólogo tem um palpite. "Há dois anos, fiz um trabalho para uma empresa de Cachoeiro e esta espécie não foi encontrada. Imagino que este peixe tenha caído no rio nesta última enchente, que deve ter estourado alguma barragem particular e acabou indo para o rio Itapemirim", supõe o biólogo.

O Rio Itapemirim nasce na região do Caparaó e percorre mais de 200 quilômetros, 18 cidades, até chegar em Cachoeiro de Itapemirim. A alternativa para conter o avanço da espécie agora é a pesca. "Agora é conviver com ele. E apesar de ser invasora e exótica, tem carne boa para ser consumida e agora é tentar consumir o máximo possível para se alimentar", diz o biólogo Junior Altair.

PROLIFERAÇÃO

A proliferação do tucunaré tigre é uma preocupação de acordo com o secretário do Meio Ambiente da Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim, Mário Louzada. Ele explicou que, apesar de ser muito atrativo devido à esportividade da pesca e também pelo sabor, a espécie exótica pode causar um desequilíbrio no rio.

Segundo o secretário, a alternativa, além do consumo do tucunaré tigre é proporcionar condições para que as outras espécies se reproduzam. "Nós temos que procurar manter o nosso rio em equilíbrio. Não poluir e criar condições para que as espécies ameaçadas se proliferem. Temos que regular a pesca fora da época certa, respeitar o período de desova e fazer campanhas de repovoamento das espécies que são do rio. Assim a gente consegue manter o equilíbrio", explicou.

Louzada disse que há cerca de três meses esteve no rio, e devido a seca, um ambientalista da equipe dele conseguiu ver o tucunaré tigre. "O ambientalista que estava conosco disse que é um peixe muito carnívoro e não come a espécie dele. É difícil arrumar um predador", comentou.


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