Guaçuí

Vereador reclama do abandono de cemitério histórico - História

História Vereador reclama do abandono de cemitério histórico

Dois espaços que poderiam ser utilizado nas aulas de história das escolas locais ou incluídos na rota turística do município de Guaçuí, estão esquecidos, abandonados, cheios de mato.

Os cemitérios históricos são parte de nossa cultura. Uma área que poderia também ser utilizada como cemitério, para suprir as demandas de sepultamentos do município", disse o vereador, lembrando que trata-se de um esquecimento cultural de dois locais que representam a memória do município e região em meados do século XIX.
O cemitério dos Escravos fazia parte da antiga Fazenda da Cachoeira. Era pasto, antes de se tornar cemitério. No local estão enterrados escravos e seus familiares que construíram, à base de sangue e suor, a história de Guaçuí.

Para Ângelo, crianças e adolescentes do município têm, na localidade, uma possibilidade de aliar teoria e vivência didática. "Foi através de sofrimento e todo o horror que envolve a escravidão, como sabemos, é que nosso município se desenvolveu. É importante incluir as novas gerações nesse contexto. É saber da cultura local", explicou o vereador, que cobra uma melhor manutenção das áreas. "Os locais não estão em boas condições. Sabemos do momento de crise e cortes, mas Prefeitura e Governo do Estado poderiam olhar com carinho para esse ponto de cultura de nível regional, e em respeito à memória", acredita ele.

Após a abolição da escravatura e a chegada de imigrantes à região para suprir a mão de obra, majoritariamente rural, foi criado o Cemitério dos Italianos. Localizado próximo ao dos Escravos, o cemitério abriga ainda jazigos datados e imagens. "O município passa por dificuldades sobre espaço em cemitérios. Poderia ser pensado reformar e tornar legal o uso para sepultamentos ali também, claro, respeitando a memória das famílias que possuem entes sepultados", sugere Moreira.

Curiosidade

Os cemitérios faziam parte da Fazenda do Castelo, quando Guaçuí ainda pertencia ao Estado de Minas Gerais. Só em 1863 o Império reconheceu a cidade como província do Espírito Santo.

Américo Bento Machado, capitão da Guarda Nacional, era o proprietário das terras. Foi presidente da Câmara de Carangola-MG – na época do Império e considerado o homem mais rico daquele município entre os anos de 1880 e 1900.
O Cemitério dos escravos foi criado em 1838 e possui 150 m². Quatro cactos de aproximadamente 8 metros de altura, fincados na terra desde sua fundação criam uma paisagem que servia para orientação de quem procurava pelo local antigamente.

Localização

O Cemitério Histórico dos Escravos:
fica localizado na Rodovia ES 482, sentido São José do Calçado, à esquerda, próximo da entrada da Fazenda da Cachoeira. Da sede à entrada do local são em média 11 quilômetros. Da rodovia até o cemitério são aproximadamente 700m.

O Cemitério Histórico dos Italianos:
está também na Rodovia ES 482, sentido São José do Calçado. De Guaçuí até a entrada são 14 quilômetros. Próximo da entrada da Usina Hidrelétrica do Rosal, há uma entrada à direita.


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