Cariacica

Lançados livros de registro e de tombamento em Cariacica - Patrimônio cultural

Patrimônio cultural Lançados livros de registro e de tombamento em Cariacica

Com apresentações dos principais mestres de congo da cidade, foram lançados os processos oficiais de registro e de tombamento dos bens culturais de Cariacica. O evento, que reuniu classe artística, gestores culturais e sociedade civil, ocupou por mais de três horas o Centro Cultural Frei Civitella, em Campo Grande, na noite da última terça-feira (22). Em clima de uma grande celebração que contou ainda com performance teatral enfocando as manifestações populares do Norte do Brasil e do congo de Roda d’Água, foram assinados os oito livros que passarão a conter, simbolicamente, a transformação definitiva de bens como prédios históricos, paisagens naturais, obras de arte, festas ou tradições populares em patrimônio cultural a nível municipal.

A partir de agora, a transformação de um bem em patrimônio cultural passará a obedecer a etapas e critérios específicos, em sintonia com o procedimento feito por Estado e pela União. "Não vamos mais criar leis determinando que este ou aquele bem deva ser tombado ou tenha que ser registrado. A partir de agora vamos unificar e instaurar um processo onde haverá um diagnóstico que envolverá um mapeamento, inventário, análise técnica e posterior registro ou tombamento junto ao Conselho Municipal de Cultura", explicou o gerente de Fomento à Produção Cultural da Secretaria Municipal de Cultura (Semcult), Marcos Rabelo.

Após as explicações, foram apresentados os livros de tombo (divididos por setores de Patrimônio Cultural Arquitetônico, Patrimônio Cultural Histórico, Belas Artes e Artes Aplicadas) e os de registro (Saberes e Modo de Fazer, Celebrações, Formas de Expressão e Registro de Lugares).

Opiniões

Na mesa de autoridades formada para o lançamento dos livros, o secretário municipal de Cultura de Cariacica, Erildo Denadai, lembrou que o registro e o tombamento que serão feitos irão contribuir para a preservação das tradições e dos imóveis envolvidos. "Com os bens tombados e registrados, teremos maior possibilidade de obter recursos a fim de fazer reparos e contribuir para conservar esse patrimônio. O trabalho está só começando", sintetizou. A presidente do Conselho Municipal de Cultura e assessora técnica da Semcult, Renata Weixter, reforçou o significado dos livros. "Tendo o livro do tombo e o de registro, conseguimos ter fôlego para captar recursos, incrementar nossa produção cultural, contribuir com a memória, com a economia criativa e com o turismo", apontou.

A gerente do Sistema Estadual de Cultura da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), Anna Saiter, elogiou a iniciativa de Cariacica em promover os esforços na área para preservação da memória e da identidade própria do município. Ela lembrou que atualmente, à nível federal, ganharam registro duas manifestações capixabas: o processo de fabricação das panelas de barro de Goiabeiras e o jongo. Já o congo e suas vertendes Espírito Santo afora está registrado à nivel estadual. Registros a nível municipal são raros. "É muito importante o que o município de Cariacica está fazendo neste noite pois instituindo o registro e o tombamento cria-se também a obrigação para que aquela expressão cultural permaneça ao longo do tempo", enfatizou, desenvolvendo que os responsáveis por essa manutenção serão o poder público, a sociedade civil e os próprios responsáveis pela manifestação cultural.

Parceira da iniciativa da Semcult, a diretora pedagógica da Faculdade Pio XII, Maria Thereza Villaschi Chibib, declarou orgulho em a instituição ser testemunha de um momento importante para Cariacica. "Já temos um espaço garantido para a produção cultural da cidade com as apresentações de grupos e artistas no nosso ‘Quarta Cultural’ a cada 15 dias. É de nosso interesse acompanhar mais de perto as ações da municipalidade em ações relacionadas à preservação da cultura e da memória", prometeu.


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