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46 anos refletindo a maturidade da indústria metalmecânica - SINDIFER

SINDIFER 46 anos refletindo a maturidade da indústria metalmecânica

Em 2016, o PIB da metalurgia cresceu 4,4% no Espírito Santo
O Sindifer – Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo chega aos 46 anos registrados nesse mês de maio como uma das entidades patronais mais representativas da indústria capixaba. As centenas de indústrias que a ele se associam fazem um número exuberante perto daquele início há quatro décadas e meia quando o Espírito Santo optou pela industrialização como alternativa ao malogro da agricultura com a erradicação dos cafezais, até então base da economia estadual.

O atual presidente do Sindifer, Lúcio Dalla Bernardina, vê a entidade chegar à nova idade, em sua gestão, com uma agenda de desafios que refletem a percepção dos dirigentes sindicais às transições que o mundo atual experimenta. O presidente entende que o sindicalismo precisa fixar uma cultura de associativismo que lhe confira autonomia e esse aspecto se torna mais relevante no momento em que a discussão da compulsoriedade das contribuições sindicais – tanto patronais, quanto laborais – está na ordem do dia.

Legitimidade
Um sindicato é forte, diz o presidente, na medida em que os empreendedores do setor constatam a necessidade de uma entidade que os represente e que expresse suas demandas. Para Dalla Bernardina, a entidade deve se manter a partir desse reconhecimento e da contribuição social, não a obrigatória, dos seus membros. O Sindifer, aliás, detém a maior representatividade sindical em termos percentuais já que seus 640 associados representam mais de 30% do conjunto das empresas do setor.

O presidente do Sindifer reconhece que os grandes projetos, a par das demandas de bens e serviços que viabilizaram todo um arranjo produtivo hoje representado pelo sindicato, foram decisivos no processo de industrialização. Mas o setor deve estar atento aos desafios contemporâneos, ao processo de desindustrialização que reduz a presença do setor secundário no PIB, ao advento da indústria 4.0 que incorporando robótica, nanotecnologia, inteligência artificial e impressão 3D remete a indústria para outro patamar. Acompanhar essa transição, diz Dalla Bernardina, será determinante para a sobrevivência do empreendedor.

Isso terá forte impacto na configuração da indústria metalúrgica que será demandada para evoluir além da linha de produtos e serviços que hoje disponibiliza, praticamente semi-manufaturados, para a produção seriada, de maior valor agregado e fluxo contínuo.

Necessidades

No que identifica como necessidades que a entidade buscará prover ao conjunto dos seus associados, o presidente do Sindifer considera a necessidade de oferecer cursos de capacitação na área contábil e de orçamentação e formação de preços. O dirigente sindical levanta também a questão da desoneração da energia limpa, considerando que o excesso de energia de geração própria não seja tributado na sua comercialização ao sistema distribuidor oficial, como é hoje, com alíquota de 25%.

Identificando a dinâmica que o setor experimenta a partir da inovação tecnológica, o Sindifer buscou se antecipar às demandas que as novas relações de trabalho iriam provocar. Foi, por isso, o primeiro sindicato patronal do país a oferecer assistência jurídica aos associados como também foi dos primeiros a disponibilizar consultoria na área trabalhista de modo a facilitar o relacionamento das empresas com os órgãos competentes da área trabalhista.

Atualidade

Ao se decidir pela construção da sede própria, os dirigentes da entidade entenderam que a edificação deveria refletir o estágio evolutivo do o setor que constitui a base do sindicato. Daí a concepção de uma planta arrojada com uma fachada contemporânea incorporando os elementos que são as referências do setor. Para além da estética, a sede própria do Sindifer abriga confortavelmente as seções funcionais, salas de reunião e auditórios que viabilizam uma agenda intensa de eventos internos e externos. No Espírito Santo, o setor metalúrgico e elétrico responde por aproximadamente 17% do PIB, congrega cerca de 2.800 empresas e gera 25 mil postos de trabalho.

O setor
Em 2015, o PIB da metalurgia totalizou cerca de US$ 23,6 bilhões participando com 1,34% do PIB brasileiro e 5,3% do PIB da Indústria. Cresceu 4,4% em 2016 no Espírito Santo. Tal resultado foi influenciado pelo crescimento de 14,4% na produção de lingotes, placas, bobinas e blocos de aço, além de tubos flexíveis, no setor de metalurgia. E também o aumento de 6,4% na produção de minérios de ferro pelotizados e óleos brutos de petróleo, pela indústria extrativa.

Produção e mercado
Oito estados sediam a produção de aço bruto no Brasil, sendo 96% na Região Sudeste (MG, RJ, ES e SP); 2% no Sul (RS), 1,1% no Norte (Pará) e 0,9% no Nordeste (PE e CE). Entre os setores que mais consomem o aço produzido no Brasil está a construção civil, o setor automotivo, de bens de capital, máquinas e equipamentos (incluindo agrícolas), e de utilidades. Atualmente, o Brasil exporta para mais de 100 países - entre eles, EUA (58%), Japão (14%), Países Baixos (13%), México (8%), Itália (4%), outros países (3%) -, o que o torna o 11° exportador mundial de aço.


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