Santa Maria de Jetibá

Santa Leopoldina maior produtora da raiz no Brasil - Gengibre

Gengibre Santa Leopoldina maior produtora da raiz no Brasil

Produtores de gengibre da região de Rio das Farinhas se reuniram na noite desta quarta-feira (7) com representantes do Sebrae, Incaper, Agrocoop e da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, com o objetivo de iniciar o processo de certificação denominada GLOBALGAP das propriedades produtoras.

A certificação GLOBALGAP é um processo indispensável para a exportação dos produtos, uma vez que trabalha com boas práticas agrícolas, sendo esta uma tendência mundial no agronegócio.

Segundo o secretário municipal de Agricultura, Rodrigo Max Berger, após a certificação, há possibilidade de promover de forma mais incisiva a agricultura orgânica nestas propriedades, visto que a certificação internacional e a certificação orgânica seguem uma linha paralela de regras, que por vez se completam.

Devido ao grande potencial produtivo na região, os produtores ainda discutiram a possibilidade de se organizarem em cooperativa, o que fortaleceria a cadeia produtiva e o processo de comercialização. Segundo o técnico do escritório do Incaper de Santa Leopoldina, João Paulo Ramos, nosso município é o maior produtor de gengibre do Brasil.

Dentre as excelências da agricultura capixaba uma chama a atenção por não ocupar grandes áreas e representar 60% da produção nacional: o gengibre. Raiz de paladar e aroma fortes e consumida de diversas maneiras em todas as partes do mundo, o gengibre tem origem nas antigas civilizações asiática e oriental, que o utilizavam como ingrediente em diversas receitas e na medicina popular.

A cultura do gengibre teve início no Espírito Santo há pouco mais de 10 anos como uma alternativa de renda aos produtores de base familiar. Com as oportunidades do mercado externo para as raízes de qualidade superior, o Espírito Santo passou a ocupar posição de destaque no cenário nacional.

Com uma produção estimada em 10 mil toneladas/ano, a produção de gengibre no Espírito Santo é um importante fator de desenvolvimento socioeconômico para o meio rural. Compreendendo uma área de aproximadamente 320 hectares, a cultura gera emprego e renda para mais de 700 famílias, concentradas principalmente nos municípios de Santa Maria de Jetibá e Santa Leopoldina, Região Centro-Serrana do Estado.

Além de ser o maior produtor, o Espírito Santo destaca-se também como maior exportador da raiz (80% das exportações), tendo como principais mercados a Europa, Canadá e Estados Unidos.

"O gengibre capixaba é o melhor do país, por isso, somos responsáveis por cerca de 60% da produção brasileira da raiz. Os agricultores do Estado, que estão investindo nesta produção, estão conscientes da importância em oferecer ao mercado produtos de qualidade. Por isso são rigorosos ao plantar, cuidar e colher o gengibre", diz o técnico do Incaper, João Paulo Ramos.

Cultura
A produção do gengibre é tipicamente de base familiar, por exigir muitos cuidados com o solo e uma rotatividade de terreno que chega a três anos. Para atingir o padrão de qualidade exigido pelos mercados internacionais, o produtor deve estar atento a fatores como qualidade das mudas, do solo e à geografia local, pois a produtividade está ligada à umidade relativa do ar e a altitude do terreno.

Em função do grande período de rotatividade e dos cuidados com a lavoura, os produtores capixabas optaram por cultivar a raiz em pequenas áreas, muitas delas inferiores a 1 hectare. Apesar disso a rentabilidade com o produto não fica comprometida, com a produção chegando a 60 toneladas em 2/3 de hectare, caso das raízes de melhor qualidade.

O plantio do gengibre ocorre entre os meses de agosto e novembro e a colheita acontece entre nove e doze meses depois. Após a colheita, produtores estão plantando cará e inhame, raízes que também estão sendo exportadas.

O agricultor de Santa Leopoldina, Avelino Calot, produz gengibre para exportação desde 1996. Hoje, em 2/3 de hectare de terra comercializa aproximadamente 60 toneladas por ano de gengibre. O produtor irriga o solo de dois em dois dias e ressalta a importância de seguir os passos corretos para garantir a qualidade da raiz: "É preciso ter o cuidado necessário ao cultivar gengibre. Não é difícil a manutenção, mas também não pode ser feito de qualquer jeito, tem que saber a hora certa de tomar cada decisão e aplicá-las na medida exata também", acrescenta Avelino.

Selo de qualidade
Para garantir o fácil acesso do gengibre capixaba ao mercado internacional, que é mais exigente quanto aos padrões da raiz, o Incaper está encaminhando ao Ministério da Agricultura um projeto pioneiro no Brasil, e no mundo, para produção integrada de raízes. Com este projeto será possível estabelecer normas para que a produção atenda as exigências do mercado externo e, conseqüentemente, os agricultores que estiverem com a produção conforme as regras, que serão contemplados com o selo de qualidade do gengibre.

A adesão dos produtores ao projeto é voluntária, mas quem pretende acompanhar as tendências do mercado e expandir a exportação, ou até mesmo iniciar, deve fazer parte deste projeto, já que o selo de qualidade, fornecido pelo Ministério da Agricultura, terá reconhecimento mundial e com ele o produtor não encontrará barreiras para a comercialização do gengibre no exterior.

"O Espírito Santo será o primeiro lugar do mundo a estabelecer normas para a produção do gengibre. Estas regras garantirão ao produtor que seguir corretamente os padrões pré-estabelecidos, o selo de qualidade do gengibre, que permitirá acesso e comercialização fáceis ao mercado externo", afirma o Chefe da Divisão de Produção Integrada de Grãos, Raízes e Oleaginosas do Ministério da Agricultura, George Simon.

O maior concorrente do Brasil na exportação do gengibre é a China, maior produtor mundial, porém, com preços inferiores em função da baixa qualidade de suas raízes.


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