Itaguaçu

A fama de homem perigoso rápido no gatilho acostumado a fazer justiça com as próprias mãos - Lampião Capixaba

Lampião Capixaba A fama de homem perigoso rápido no gatilho acostumado a fazer justiça com as próprias mãos

A fama de homem perigoso rápido no gatilho acostumado a fazer justiça com as próprias mãos gerou a lenda de Levínio Netto cujas proezas de valentia e ligadas a violência caberia bem o apelido de Lampião Capixaba.

Levínio Netto era descrito como justiceiro elegante de lenço vermelho no pescoço, botas de cano longo,chapéu de aba quebrada, revólveres aparentes na cintura e espingarda ‘papo amarelo’ na sela da montaria que dominou a vasta região do interior de Itaguaçu até o final dos anos de 1930.

Era um homem de posses, dono de terras as margens do rio Laje na localidade de Laranjal onde era admirado pela força das armas que usava para impor as próprias leis, além de varrer da região ladrões de cavalo, assaltantes e capangas que roubavam gado e criações dos colonos do antigo Patrimônio do Laje, revela o neto de Levínio Jose Carlos Netto, 58 anos (foto).

José Carlos conta que as fugas da polícia, das tocaias dos pistoleiros e artimanhas para escapar das balas durante os tiroteios eram reflexo do ‘corpo fechado’ por reza forte que o protegiam da morte. O mito de Levínio Netto atravessou três gerações, sempre narradas pelo irmão Laudelino falecido aos 84 anos que incentivava os filhos a levar adiante a história familiar, ‘do valente sedento de justiça".

No rosário de crime atribuídos a Levínio Netto, dois ficaram patentes. O assassinato de um policial em plena rua de Itapina e outro de um pistoleiros que tentou matá-lo durante uma quermesse no pátio da igreja.

"Contavam para gente que aos 23 anos, Levínio tinha mais de 20 cruzes no seu rastro", diz José Carlos. Levínio morreu metralhado pela polícia aos 38 anos.

A centenária árvore de peroba amarela ao lado da estrada que liga Itaguaçu a Baixo Guandu é a única referência da época do então dinâmico Patrimônio do Laranjal com quase uma centena de casas, venda, igreja e mais de 700 moradores sob a defesa da mira certeira de Levínio Netto.

O arraial desapareceu por completo no alçapão do tempo. Atualmente o cemitério de Laranjal é maior do que o vilarejo onde foi reerguida a Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

"Minha avô Alvina contava que Levínio chegava em casa e pedia para tirar suas botas de onde caiam dezenas de cartuchos vazios resultado dos tiroteios e toda sorte de tropelias que se envolvia", lembra sua neta Janice Carmem Netto, 59 anos que também compara a vida de Levínio ao rei do cangaço Lampião que ajudava a população pobre e defendia a comunidade a tiros dos ataques dos bandidos.


Tags:



Publicidade