Se você costuma se render aos blockbusters americanos, pode até já ter deparado com uma ou outra atriz gordinha em papel de certo destaque – Rebel Wilson, de Como Ser Solteira, que o diga. E talvez esteja exatamente este o grande trunfo de Gostosas, Lindas e Sexies, longa brasileiro que acaba de entrar em cartaz e traz, como protagonistas, quatro mulheres plus size que fogem completamente ao padrão do que estamos (infelizmente) acostumados a ver de garotas GG nas telas.
Elas não são cheias de complexos – não mais do que outras mulheres, pelo menos -, não passam o tempo todo falando de peso e são bem-sucedidas. Aqui, ao contrário da gordinha solteirona da novela que era rejeitada ou passava as cenas pensando em comida, o quarteto a la Sex and the City é bem resolvido, desejado e cheio de autoestima.
Mas dar representatividade às mulheres gordas na telona, como era de se esperar, não foi tão simples assim. Em entrevista à Donna por telefone, Cacau Protásio (a Terezinha do seriado Vai Que Cola), que vive a empresária Ivone, conta que o apoio do diretor Ernani Nunes e do roteirista Marcelo Braga foi fundamental para Gostosas, Lindas e Sexies chegar aos cinemas:
— Tivemos a sorte de ter duas pessoas que acreditaram que existem outros tipos de mulheres [além das magras, referência aos responsáveis pela direção e produção). Não tivemos muitos patrocinadores. Nem todo mundo acredita e quer bancar — afirma. — Mas tenho certeza que o filme vai agradar muita gente. Para nós (falando sobre as mulheres plus) vai ser muito bom. Na minha época, não tinha uma referência de mulher negra e gorda famosa.
Mesmo com alguns tropeços – como a rivalidade gordas x magras sendo alimentada, além de episódios que ferem preceitos do feminismo por colocar uma mulher contra a outra -, Gostosas, Lindas e Sexies é garantia de risadas despretensiosas e, claro, inspiração principalmente para quem cresceu sem se ver representada na TV. Mais um passo contra os esteriótipos e padrões!
Tags: