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Carnaval do Congo de Máscaras celebra a Virgem da Penha em Roda d’Água - em Roda d’Água

em Roda d’Água Carnaval do Congo de Máscaras celebra a Virgem da Penha em Roda d’Água

Em Cariacica, Nossa Senhora da Penha é louvada com preces e também com a alegria do ritmo do congo de máscaras. O esperado Carnaval do Congo de Máscaras, que reúne as seis bandas tradicionais da região de Roda D’Água, acontece na próxima segunda-feira (24), dia da padroeira do Espírito Santo. Os festejos à santa incluem uma programação religiosa com missa campal a partir das 9h. A partir do meio-dia, no campo do América, é chegada a hora da devoção ganhar as cores e as toadas dos mestres e dos artistas da cidade com roda de congo e apresentação de artistas da cidade

"Nossa meta aqui é estabelecer um diálogo entre as várias expressões artísticas e deixar cada vez mais o nosso congo, com um formato que é único no Brasil, cada vez mais conhecido e amado. Nessas quase cinco décadas de festejos oficiais, nós vimos o congo quase agonizar mas ele ressurgiu com a força dos mestres e dos integrantes das bandas e segue vivo, atraindo mais e mais pessoas", sintetiza Evandro Ladislau, o presidente da Associação Art’Folafro Cultura e Arte, responsável pelo evento juntamente com a Associação das Bandas de Congo de Cariacica e Associação das Bandas de Congo da Serra. A Secretaria Municipal de Cultura (Semcult) também organiza a festa. São esperadas 10 mil pessoas para a festa. 

João Bananeira

Os cerca de 200 artistas vão manter viva uma tradição iniciada no século XIX. Como a distância até o Convento da Penha era muito longa, os moradores da região rural de Roda D’Água trataram de expressar seu amor pela Virgem Maria, celebrando a santa em Cariacica mesmo. Na época, escravos e ex-escravos não podiam participar do evento. A forma de driblar a proibição era se fantasiar com máscaras artesanais feita à próprio punho e forrar o corpo de folhas de bananeira, além de tecidos coloridos.  A prática acabou dando origem ao personagem símbolo do carnaval, o João Bananeira. A figura folclórica extrapolou de tal forma que hoje é símbolo do município. Assim, na procissão religiosa e durante as apresentações das bandas o que não falta é a performance dos Joões Bananeiras, que sempre deixam aquele ar de mistério sobre quem está sob aquela fantasia. "É o que torna o congo feito em Cariacica totalmente diferenciado de todas as outras expressões Brasil afora", aponta o organizador. Além disso, o congo cariaciquense usa tambores maiores resultando numa percussão de sons graves, num ritmo mais compassado, mais lento que os das outras cidades. "Além disso, usa cuíca e triângulo. A casaca foi inserida há pouco tempo, há uns 10 anos. Ladislau, que toca tambor na Banda de Congo Santa Isabel, do mestre Jaedson, diz que o congo o "adotou". "Há 20 anos, mudei-me de Campo Grande, uma área urbana e agitada para aqui em Roda d’Água. Além da beleza do lugar e de estar mais perto da natureza, passei a conhecer uma tradição que era da minha cidade e que eu não me envolvia. À medida que fui me integrando com os moradores e me envolvendo nesta cultura, eu fui participando mais e mais. O nosso congo de máscaras é desse jeito: quem conhece fica apaixonado", descreve. 

Homenagem
A edição desse ano irá homenagear Prudêncio Nascimento, o mestre Prudêncio de Boa Vista, que faleceu no último dia 7 de abril. Um dos fundadores da Banda Cia Cumby, de suas mãos de artesão apaixonado saíam todos os instrumentos do congo: casacas, chocalhos e tambores. Mestre Prudêncio deixa sua marca que foi o amor pelo Carnaval de Congo de Máscaras, o qual lutou para que fosse revitalizado e conhecido pelas novas gerações. O município decretou, na ocasião, luto oficial de três dias.

Serviço:
Carnaval de Congo de Máscaras Quando: segunda-feira (24), das 9h às 19h Onde: missa às 9h na sede da Banda de Congo Santa Isabel. Apresentações das bandas de congo e dos artistas convidados no Campo do América, em Roda d’Água. Entrada franca. 

Como chegar: – De ônibus: vá para o Terminal de Itacibá e lá pegue o ônibus 753. Desça no ponto final próximo ao Campo do América, em Roda d’Água – De carro: pela BR 262, sentido Viana, entre à direita no Posto Sete Belo e siga em direção ao bairro Industrial pela Avenida Mochuara até o bairro de Novo Brasil. Lá, pegue a estrada para Roda D’Água.

Programação do Carnaval de Congo de Máscaras 

9h: procissão até a sede da Banda de Congo Santa Isabel,  com a imagem de Nossa Senhora da Penha. Presença das bandas de congo e do João Bananeira. Bandas de Cariacica na procissão: Banda de Congo Santa Isabel (Mestre Jaedson); Banda de Congo Mestre Tagibe (Mestre Tagibe); Banda de Congo São Sebastião de Taquaruçu (Mestre Valdeci e Olival); Banda de Congo Unidos de Boa Vista (Mestra Dona Darinha); Banda de Congo São Benedito de Boa Vista (Mestre Juvaldo); Banda de Congo São Benedito de Piranema (Mestres Joel e Pereá). Mais participação de bandas convidadas de Serra, Fundão e Vitória. – 10h: missa campal com Padre Carlos, com tambores de congo e cânticos entoados em ritmo de congo. Local: Em frente à sede da Banda de Congo Santa Isabel. 

12h: Apresentação musical com a banda Cia Cumby

13h: Apresentação musical com a banda Céu do Congo   

14h: Carnaval de Congo de Máscaras com as bandas de congo de Cariacica e bandas convidadas – 17h20: Apresentações musicais dos mestres e congueiros das bandas de congo com artistas Flávio Vezzoni (Grupo Moxuara), Carlos Oliveira, Raquel Passos, Edivan Freitas e Ezequiel Nascimento

18h: hora da Ave Maria com os mestres e congueiros das bandas de congo de Cariacica, com participação da cantora Renata Rosa Weixter, seguido da tradicional cantoria dos mestres congueiros de "Iá, Iá, você vai à Penha". Encerramento com a apresentação musical de Ana Carla e Banda

19h: término do evento.


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