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Cariacica e o mundo globalizado - (Vitória, ES)

Vitória

Cariacica e o mundo globalizado - OPINIÃO

OPINIÃO Cariacica e o mundo globalizado

Em 1996 o mundo globalizado vivia o seu êxtase. A era do fim das fronteiras abria mercados, criava novas moedas, desenvolvia o turismo, dinamizava o esporte com vendas e compras de atletas, abolia o passaporte em algumas regiões
do planeta, aperfeiçoava o mundo industrial e estabelecia o livre-comércio, entre outras transformações. Hoje, além do Reino Unido- que votou pela saída, outros países europeus como França, Alemanha e Itália já debatem a possibilidade de deixarem o Mercado Comum Europeu e consequentemente o fim da globalização dando ênfase ao nacionalismo. Nos anos noventa o discurso nacionalistaura apontado como ultrapassado e xenófobo aversão ao que é estrangeiro.

E o que tem Cariacica, minha cidade natal, a ver com tudo isso? 
Eu era criança no tempo dos grandes embates políticos entre Viola, Aldo, Vicente, Jocarly, Aloísio, Délio Simão Nader e Joel Lopes Rogério entre tantas outras figuras que marcaram a política municipal em parte do anos 60,70, 80 e 90. Ir aos comícios era uma grande diversão infantil, aquela época.

Nos últimos 20 anos a cidade começou a debater o seu futuro através das associações de moradores, micro e pequenos empresários, igrejas, sindicatos e outras organizações da sociedade civil. Dos anos 90 para cá, Cariacica tem assumido papel relevante na economia da Região Metropolitana. Deixou de ser somente cidade-dormitório para se inserir de fato no papel ativo de polo urbano.

No passado o município era chamado de “patinho- feio” da região, junto com a Serra, onde imperava a politica da violência, dos assassinatos, da corrupção e da violência familiar. Considerado hoje uma das cidades que mais cresce no Brasil, a Serra se tornou a grande referência de modelo de gestão pública, de desenvolvimento industrial e comercial, de projetos urbanos e paisagísticos, de crescimento ordenado e qualificado com ruas largas, asfaltadas e arborizadas, além de considerável melhorias nas áreas de saúde, educação e lazer.

“Dos anos 90 para cá, Cariacica tem assumido papel relevante na economia da Região Metropolitana. Deixou de ser somente cidade-dormitório para se inserir de fato no papel ativo de polo urbano. (...)”

Cariacica também avança. Claro que está longe de ser comparada a uma Serra, que ao meu modo de analisar já ultrapassou Vila Velha e a capital Vitória, do ponto de vista de condições urbanísticasideais para fluidez de transito e para se viver. Em 2009 eu tive a oportunidade de estar com Jaime Lerner, acompanhando o prefeito daépoca, que encomendara ao arquiteto um projeto urbano para a cidade. Ouvi do urbanista, ex-prefeito de Curitiba e ex-governador do Paraná que cidade ideal é aquela que pode ser comparada a um jabuti, onde a pessoa, mora, trabalha, educa os filhos e se
diverte sem precisar sair do município.

A cidade de Cariacica já dá sinais de que isso não é difícil de acontecer por aqui, mas muita coisa precisa ser feita. A começar pela classe política  local que necessita urgente fazer uma autocritica e enxergar a realidade como a sociedade que não vive o mundo dos políticos- acompanha os fatos. Política não é profissão e nem local para  fazer carreira. 

Muito menos para se barganhar coisas pessoais ou privilegiar grupos. Ouve um tempo que isso acontecia com naturalidade. Hoje não. A juventude e os velhos também- que ai está não vai tolerar calada tanta hipocrisia, cinismo, e uso do mandato para conquistas de coisas que não estejam afinadas com a liturgia da função publica.

É bem provávelque a classe politica ainda não se tenha dado conta que esse tipo de comportamento se tornou fóssil e arcaico. Todos estão de olho, e na era digital, nada mais fica encoberto. Pode até demorar em ser descoberto, mas um dia a casa cai. Aí vem a ruina e junto com ela a desmoralização e o xadrez.

Por questões profissionais eu não tive como acompanhar as últimas eleições em Cariacica, mas não me agradou a forma como se desempenhou o pleito, conforme via pelos jornais, radio e televisão.

Aqui o cronista dá lugar ao filho da terra. Que a cidade possa vivenciar o seu êxito, assim como o mundo globalizado um dia viveu. 

E que a sociedade organizada possa dar o tom daquilo que se almeja para o município, dentro da realidade possível, sem fantasias, sem marketing enganoso, sem discursos ideológicos e ultrapassados, sem rancores e brigas politicas, e sem interesses partidários e de grupos.

Isso não é sonhar. Isso é o que o mundo atual exige da classe política.

Por: Joel Vieira dos Santos
Jornalista especializado 
em Gestão de comunicação, 
psicanalista e consultor de marketing.


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