Um dia após cassar o mandato do prefeito José Carlos de Almeida (PSD), os vereadores de São José do Calçado, no extremo Sul do Estado, já deram ontem posse do cargo ao vice Bento Braz (PT). Os dois são candidatos à prefeitura, assim como Liliana Bullus (PSB).

Por seis votos, Almeida sofreu o afastamento acusado de sonegar uma série de informações solicitadas por uma comissão processante da Câmara. Duas comissões anteriores investigavam possíveis fraudes em licitações, compra de medicamentos e venda de maquinário e veículos e leilões na atual gestão.

Na sessão extraordinária de segunda-feira, os três vereadores governistas se ausentaram da sessão na hora da votação do relatório final desta terceira comissão processante - criada só para apurar a infração político administrativa do prefeito por omitir os dados.

"Sou inocente de todas as acusações. Forneci todas as informações pedidas. O problema é que bastam dois terços dos vereadores para a Câmara tomar atitude. Confio no meu trabalho e vou recorrer à Justiça para me manter no cargo", disse Almeida, que diz "respeitar" a decisão dos vereadores.

O presidente da Câmara, Joaquim Geraldo (PMDB), sustenta a decisão. "Votei pela cassação. A Câmara pedia e o prefeito não dava as informações dos processos licitatórios. Nosso papel pé fiscalizar, mas tudo que pedimos foi negado", reitera.

Confusão

O clima é de instabilidade no município. Desde 2009 as apurações de irregularidades correm na Câmara. Há, segundo informação no Legislativo local, a possibilidade de Almeida ficar inelegível.

Chegou ao Tribunal de Contas do Estado (TCES) a investigação de irregularidades em licitação de medicamentos na prefeitura. Havia indícios de superfaturamento nas compras. A política de Calçado é turbulenta: em 2010, o vereador Warley Teixeira foi assassinado.

Com informações do G1-ES