Pontes assumiu a Procuradoria depois de 4 anos de Zardini. A cerimônia de posse do promotor Eder Pontes como novo procurador-geral de Justiça foi marcada por discursos de respeito entre os Poderes, combate à corrupção e promessa de que desvio de dinheiro público será posto como prioridade na pauta de combate do Ministério Público Estadual (MPES).

Pontes, que por oito anos atuou à frente da corregedoria da instituição, frisou que sua gestão será voltada "aos anseios da base", em referência ao trabalho dos promotores de Justiça, e afirmou que vai trabalhar para fortalecer os mecanismos de combate à corrupção.

"Nossa realidade é de graves desigualdades sociais. Convivemos com muita pobreza e dificuldades de garantir os direitos individuais. Há muitas notícias de desvio de dinheiro público, de corrupção vinda justamente daqueles que deveriam proteger o erário", pontuou Pontes em seu discurso, que durou 14 minutos.

O sucessor de Fernando Zardini, que comandava o MPES há quatro anos, anunciou a fusão entre o Grupo Especial de Trabalho Investigativo (Geti) e o Grupo Especial de Trabalho de Proteção à Ordem Tributária (Getipot).

Inteligência

Já a partir de hoje, os trabalhos que eram conduzidos por essas duas equipes passam a ser centralizados no Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), que será comandado pelo promotor Sérgio Werner, que já atuou na corregedoria da instituição e é especializado em trabalho de inteligência investigativa.

"O Gaeco atuará de forma coordenada junto à Receita Federal e às polícias Federal, Militar e Civil. Isso é necessário para desarticular organizações criminosas", explicou Pontes, que comandará o MPES até maio de 2014.

A cerimônia de posse do novo procurador-geral reuniu cerca de 900 pessoas no Centro de Convenções de Vitória. Zardini, que despediu-se do posto e sai em férias por 90 dias, desejou que o sucessor "arrisque e seja ousado". O governador Renato Casagrande (PSB), por sua vez, disse que é preciso "fechar os ralos da corrupção".

Procurador-geral defende intervenção

A mudança no comando do Ministério Público Estadual (MPES) não vai implicar em alteração de postura da instituição em relação ao pedido de intervenção estadual no município de Presidente Kennedy.

No último dia 19, a cidade assou por uma verdadeira devassa da Polícia Federal, após a denúncia de que o Executivo estaria tomado por uma quadrilha que agia desviando dinheiro, superfaturando obras e fraudando licitações. Por isso, na última semana, o MPES pediu que o Estado indicasse um interventor para lá.

Na opinião do procurador-geral Eder Pontes, que ontem assumiu a instituição, apesar de o vereador Jardeci Terra (PMDB) ter assumido interinamente a prefeitura, o quadro político em Kennedy permanece o mesmo.

"Vamos manter o pedido de intervenção. Os motivos que levaram a ele persistem no município e estamos aguardando a decisão do Tribunal de Justiça", destacou Pontes.

O Judiciário, que deve votar o pedido do MPES, pediu prazo para analisar a questão. Enquanto isso, o Tribunal de Contas Estadual (TCES) já se prepara para enviar, na próxima segunda ou terça-feira, uma força-tarefa à cidade, com fins de analisar obras e contratos firmados.

Perfil

Atuação

Eder Pontes ingressou no Ministério Público em 1993. Durante quase oito anos atuou como promotor corregedor

de Justiça e passou por diversas comarcas do interior. Até ser escolhido pelo governador Renato Casagrande (PSB) como procurador-geral, estava à frente da 6ª Promotoria Cível da instituição.

Família

O novo chefe do MPES tem 50 anos, é casado e tem dois filhos. Antes de ingressar na carreira, Eder Pontes deu aula de matemática na rede estadual por cinco anos e atuou como advogado.

 

Com informações do G1-ES